3 doramas que transformam saudade em motor de recomeço
Essas histórias mostram que a saudade pode machucar, mas também pode impulsionar reencontros, curas e novas versões de quem já fomos um dia

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A saudade costuma ser retratada como algo que paralisa, que nos prende ao que já passou. Mas em alguns doramas, ela é justamente o que move os personagens. É o sentimento que incomoda, que chama para dentro, que expõe ausências — e, por isso mesmo, obriga a mudança.
A saudade nesses enredos não é só melancolia: é força propulsora. Ela obriga os protagonistas a encarar o que ficou, a aceitar que nem tudo volta, mas que muita coisa ainda pode ser ressignificada. Quando bem conduzida, essa emoção se torna uma ponte entre o que foi e o que ainda pode ser.
Essas histórias não oferecem atalhos nem soluções fáceis. Elas mostram a dor de perder algo ou alguém importante, o peso das memórias e a dificuldade de aceitar que o tempo passou.
Mas também apontam para a beleza que existe em se permitir sentir, em transformar esse vazio em impulso para reconstruir. Em cada uma delas, a saudade é o começo de uma nova trajetória — marcada por amadurecimento, reconciliação e, às vezes, reencontros silenciosos com a própria identidade.
1. Move to Heaven (Netflix)
Geu-ru é um jovem com autismo que trabalha ao lado do pai como organizador de pertences deixados por pessoas falecidas. Após a morte repentina do pai, ele passa a viver com o tio, um ex-presidiário que mal conhece. Em cada episódio, ao limpar a casa de alguém que se foi, eles entram em contato com histórias de vida, perdas e despedidas não concluídas.
A saudade que move os personagens não é apenas a de quem morreu, mas também a de laços que nunca existiram da forma como deveriam. O dorama transforma esse sentimento em um caminho de empatia, reconstrução de vínculos e descoberta do que realmente importa.
2. Thirty But Seventeen (Viki)
Woo Seo-ri sofre um acidente aos 17 anos e só acorda do coma aos 30. Enquanto ela tenta se adaptar ao novo mundo e ao corpo que não acompanhou sua mente, reencontra lugares, pessoas e afetos de uma adolescência que foi interrompida.
A saudade aqui é quase física: do tempo perdido, das conversas que não aconteceram, da vida que ela deveria ter vivido. A série acompanha seu processo de redescoberta, onde cada lembrança se torna impulso para construir algo novo. Não se trata de recuperar o que foi perdido, mas de reinventar o presente com base no que ficou guardado.
3. Hi Bye, Mama! (Netflix)
Cha Yu-ri morre em um acidente e deixa para trás o marido e a filha recém-nascida. Incapaz de seguir, ela permanece como espírito observando a vida continuar sem ela. Quando recebe a chance de voltar à vida por um curto período, precisa decidir se tenta retomar seu lugar ou se ajuda sua família a seguir em paz.
O dorama é um mergulho na saudade mais aguda — aquela de quem ainda está perto, mas não pode tocar. E, ao mesmo tempo, é um elogio ao amor que permanece mesmo depois da perda. A saudade se transforma, aqui, em despedida consciente e amorosa, que permite recomeços reais para todos os envolvidos.