"Yerma Atemporal" traz ao Teatro de Santa Isabel reflexão sobre maternidade e a mulher na sociedade

Espetáculo inspirado em Federico García Lorca aborda angústias da maternidade e questiona papéis sociais impostos às mulheres na contemporaneidade.

Publicado em 20/05/2025 às 11:36
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Neste fim de semana, o Teatro de Santa Isabel, no Recife, recebe o espetáculo Yerma Atemporal, uma adaptação da tragédia moderna de Federico García Lorca que traz uma potente reflexão sobre maternidade, desejo e os papéis impostos às mulheres na sociedade contemporânea.

A montagem, com tradução e livre adaptação da atriz, diretora e pesquisadora Simone Figueiredo, utiliza a cultura popular nordestina como influência central para explorar as angústias da protagonista, cujo maior desejo é ser mãe. Com essa temática, a peça tensiona questões sociais ainda atuais sobre a condição feminina.

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Poster da Peça de Teatro - Divulgação

O espetáculo será apresentado no sábado (24), às 20h, com ingressos disponíveis na plataforma Sympla, custando R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). No domingo (25), às 19h, haverá uma sessão especial para convidados, encerrando as comemorações do mês das Mães.

Antes da apresentação de domingo, às 17h, o Salão Nobre do teatro promoverá uma roda de diálogo intitulada “A Maternidade na Contemporaneidade: os Desafios e as Transformações”, ampliando o debate sobre as múltiplas faces da maternidade hoje.

A produção, dirigida por Simone Figueiredo em parceria com o ator e encenador Paulo de Pontes, transporta a história original de Lorca para um contexto nordestino, com dramaturgia sonora rica em canto, percussão e metáforas, além de uma intensa fisicalidade do elenco, composto por oito atores e atrizes.

A trilha sonora ao vivo tem direção musical de Douglas Duan, que também atua junto com Arnaldo do Monte e Paulinho Folha.

Destaca-se ainda a canção-tema Yerma, com poema original de Newton Moreno, complementada pela direção de arte e cenografia de Séphora Silva, iluminação de Luciana Rapôso e figurinos de José Rosa.

O projeto, que circula ainda por Caruaru, Garanhuns, Nordeste e São Paulo no segundo semestre, conta com incentivo da Lei Rouanet e é fruto de um intenso trabalho acadêmico: a adaptação nasceu da monografia de Simone Figueiredo, que investigou o imaginário trágico da mulher na obra de Lorca.

Quase 90 anos após sua criação, Yerma permanece atual ao questionar normas patriarcais e o silêncio sobre os desejos femininos, reafirmando a potência do feminino como resistência e transformação.

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