Ghosting: O que fazer quando ele/ela não me responde nas redes sociais? Psicóloga ajuda entender
Entenda o fenômeno chamado ghosting
O mundo contemporâneo trouxe uma miríade de formas de comunicação, destacando-se a capacidade de interagir por meio de telas. Contudo, embora seja uma ferramenta facilitadora, a tecnologia também pode desencadear ansiedade e sentimentos confusos.
Um exemplo disso é quando você está em um relacionamento com alguém que, de repente, some das redes sociais e nunca mais dá sinal de vida. Essa situação é conhecida como ghosting. Vamos entender mais sobre esse fenômeno com as explicações da psicóloga Anita Teixeira.
O que é ghosting?
O termo "ghosting" deriva da palavra em inglês "ghost", que significa fantasma. Segundo Anita, "o ghosting ocorre quando uma pessoa com quem você tinha um relacionamento simplesmente desaparece. Ela ignora completamente suas tentativas de contato, principalmente nas redes sociais, sem dar qualquer explicação ou aviso prévio". Não há um término explícito.
De acordo com um artigo da revista Fortune (2014), pelo menos 78% da geração dos millennials já foi vítima de ghosting. Em 2018, em uma entrevista para a BankMyCell, essa mesma geração admitiu que preferiu usar esse método para terminar relacionamentos, evitando assim o confronto direto com o parceiro.
Cinco sinais de que alguém sente inveja de você:
Como identificar o ghosting?
Você já passou por uma situação de ghosting? Como se trata de um desaparecimento repentino, é possível reconhecer alguns sinais de que a pessoa está deliberadamente evitando o contato. Alguns desses sinais incluem:
- Menos contato: a pessoa se mostra apática ou desinteressada em manter uma conversa.
- Não responde às suas mensagens: ela ignora suas tentativas de comunicação e nunca parece disponível para se encontrar pessoalmente.
- Corte repentino de contato: o contato é interrompido sem qualquer explicação ou desacordo prévio.
- Bloqueio nas redes sociais: se você insistir em entrar em contato, a pessoa pode acabar bloqueando você.
- Recusa em se aproximar: sempre que você tenta se reaproximar, a pessoa se queixa de falta de tempo ou disponibilidade.
- Respostas curtas e impessoais: mesmo quando responde, suas mensagens recebem apenas respostas monossilábicas ou sem emoção, demonstrando desinteresse.
O ghosting pode abalar profundamente a autoestima de alguém, causando insegurança e ansiedade. É importante compreender que esse comportamento diz mais sobre a outra pessoa do que sobre você. Se perceber que a pessoa continua bloqueando suas tentativas de contato, talvez seja melhor se afastar e seguir em frente.
Por que as pessoas fazem ghosting?
O ghosting é frequentemente considerado um fenômeno característico do século XXI. Embora o comportamento de "desaparecer" já existisse antes da era digital, a popularização das redes sociais facilitou esse tipo de comportamento. Anita explica que várias razões podem levar alguém a fazer ghosting:
- Dificuldade em expressar sentimentos: a pessoa pode não estar mais interessada no relacionamento, mas não consegue comunicar isso diretamente, então prefere simplesmente desaparecer.
- Medo de magoar: terminar um relacionamento implica lidar com as emoções do outro, e algumas pessoas preferem evitar esse confronto.
- Evitar conflitos: algumas pessoas simplesmente não querem lidar com a responsabilidade de terminar um relacionamento ou têm medo de confrontos.
- Comportamento narcisista: para algumas pessoas, o ghosting é simplesmente uma questão de não se importar com os sentimentos da outra pessoa.
O ghosting é um sintoma dos relacionamentos modernos por trás das telas. Falta sensibilidade, cuidado e consideração. Lembre-se de não fazer aos outros o que você não gostaria que fizessem a você.
O desaparecimento repentino pode causar preocupação, culpa e angústia emocional. No entanto, é importante lembrar que há dois lados em cada história.
É errado fazer ghosting?
Anita destaca que não devemos julgar moralmente se é certo ou errado fazer ghosting. Em vez disso, devemos considerar as consequências desse comportamento para ambas as partes envolvidas.
"Quem faz ghosting, por sentir insegurança ou medo de conflito, pode acabar se sentindo culpado e sofrendo as próprias consequências. Por outro lado, a pessoa que sofre o ghosting pode se sentir devastada, deprimida e ansiosa". Em ambos os casos, é recomendável buscar terapia para lidar com as emoções e buscar o autoconhecimento.
Como terminar um relacionamento sem causar sofrimento?
Terminar um relacionamento sem causar sofrimento é uma tarefa difícil, especialmente quando a outra pessoa ainda está investida na relação.
Anita sugere que "você pode controlar seus próprios sentimentos e ações, mas não pode prever como a outra pessoa irá reagir, pois isso depende das experiências dela". No entanto, você pode tentar ser o mais honesto e compassivo possível ao explicar por que não vê mais futuro na relação e por que acha que é melhor terminar.
Como lidar com o sofrimento causado pelo ghosting?
O término de um relacionamento nunca é fácil, e muitas vezes seguimos as cinco fases do luto. No caso do ghosting, o afastamento repentino pode intensificar os sentimentos de tristeza, ansiedade e confusão. Nesse momento, é importante cuidar de si mesmo. Aqui estão algumas dicas de Anita para lidar com o sofrimento:
- Aceite e permita-se sentir suas emoções.
- Não se culpe pelo que aconteceu.
- Compartilhe seus sentimentos com pessoas de confiança.
- Envolva-se em atividades que lhe tragam alegria e distraiam sua mente.
- Ressignifique as lembranças do relacionamento.
- Considere buscar a ajuda de um psicólogo para ajudá-lo a processar suas emoções e lidar com a situação da melhor maneira possível.
Se você está enfrentando uma situação de ghosting, lembre-se de que você merece respeito e consideração. Foque no autocuidado e no seu bem-estar emocional, e lembre-se de que a comunicação aberta é fundamental para relacionamentos saudáveis e construtivos.
“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”