Mulheres 40+: como vencer o cansaço e o ganho de peso com exercícios certos

Mulheres 40+ redescobrem o poder do movimento e do autoconhecimento para enfrentar os efeitos hormonais da menopausa com saúde e equilíbrio

Publicado em 05/05/2025 às 20:44
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A partir dos 45 anos, muitas mulheres começam a sentir os efeitos da queda hormonal que acompanha a transição para a menopausa. Ondas de calor, alterações de humor, insônia, cansaço persistente e ganho de peso são queixas recorrentes. Ainda assim, é justamente nesse período que cresce o número de mulheres que decidem iniciar ou retomar a prática de atividade física — e colhem benefícios que vão muito além da estética.

“Os principais hormônios envolvidos no desempenho físico feminino são o estrogênio, a progesterona, a testosterona e o cortisol. Eles regulam desde a disposição até o metabolismo, a massa muscular e o bem-estar emocional”, explica o endocrinologista da seleção brasileira, Dr. Reinaldo Martins.

Esses hormônios oscilam ao longo da vida da mulher, mas também dentro do ciclo menstrual. “Na fase folicular, após a menstruação, o estrogênio está em alta, favorecendo a disposição e a força. Já na fase lútea, antes da próxima menstruação, é comum um maior cansaço, retenção de líquidos e maior sensibilidade emocional”, diz o médico. Essa variação, que se intensifica na perimenopausa, impacta diretamente o rendimento e a motivação — e pode ser contornada com treinos adaptados ao perfil hormonal.

Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism (2019) demonstrou que mulheres na pós-menopausa que praticam exercícios resistidos, como musculação, apresentaram melhora significativa na densidade óssea, composição corporal e níveis de energia, mesmo sem reposição hormonal. Outro trabalho, conduzido pela North American Menopause Society, concluiu que a atividade física regular reduz em até 60% os episódios de insônia, ansiedade e ondas de calor em mulheres entre 50 e 65 anos.

“O exercício atua como um regulador natural de hormônios. Ele melhora a sensibilidade à insulina, reduz o cortisol — que em excesso contribui para o acúmulo de gordura abdominal — e estimula a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores ligados ao prazer e ao equilíbrio emocional”, afirma Dr. Reinaldo.

Além da musculação, que combate a sarcopenia (perda de massa muscular) e fortalece os ossos, atividades como caminhada, dança, ioga e pilates também oferecem efeitos benéficos, especialmente para quem está retomando o movimento após anos de sedentarismo.

Contudo, o alerta permanece: mesmo mulheres que não são atletas, mas treinam com frequência, podem desenvolver desequilíbrios hormonais se não houver orientação adequada. “Fadiga crônica, ciclos menstruais irregulares, alterações no sono e perda de libido podem ser sinais de que o corpo está sobrecarregado”, diz o endocrinologista. “É por isso que a avaliação médica individualizada é tão importante. Cada mulher tem uma resposta hormonal única.”

A endocrinologia esportiva, segundo o especialista, tem evoluído para oferecer protocolos personalizados. Exames laboratoriais, ajustes alimentares e, quando necessário, reposições hormonais individualizadas fazem parte desse novo olhar para a saúde feminina.

O uso de anticoncepcionais hormonais, por exemplo, também merece atenção. “Eles são seguros, mas dependendo do tipo e da dosagem, podem impactar a força muscular, o metabolismo e até a motivação. Não existe resposta única — tudo depende do objetivo, da idade e da história clínica da paciente”, explica.

Já na menopausa, os desafios aumentam, mas também os benefícios da atividade física. “A prática regular ajuda a reduzir os sintomas vasomotores, melhora a memória e protege contra doenças cardiovasculares, que se tornam mais comuns após a perda do efeito protetor do estrogênio”, aponta Dr. Reinaldo.

O mais importante, segundo ele, é compreender que exercício nessa fase da vida não tem a ver com performance, mas com autonomia e qualidade de vida. “A mulher madura não precisa treinar como atleta. Ela precisa se mover com prazer, com consciência e com segurança. Isso transforma a forma como ela envelhece.”

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/IBGE), apenas 26,6% das mulheres com mais de 55 anos praticam o mínimo recomendado de atividade física. Mas esse número tende a crescer com o avanço da informação e o aumento da oferta de programas voltados à saúde da mulher na maturidade.

“A longevidade ativa começa com uma escolha. E a atividade física, aliada ao conhecimento hormonal, é uma ferramenta poderosa para transformar o corpo, a mente e o futuro dessas mulheres”, finaliza o Dr. Reinaldo.

“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”

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