Mulheres se beneficiam mais que homens com exercícios físicos; saiba o por quê

De acordo com uma pesquisa conduzida pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e divulgada pela Agência Brasil em 2023, constatou-se que 52% dos brasileiros raramente ou nunca praticam atividades físicas.

Entre aqueles que se exercitam, 22% o fazem diariamente, 13% pelo menos três vezes por semana e 8% pelo menos duas vezes semanais.

Ademais, problemas de saúde quase dobram entre os sedentários.

As recomendações da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sugerem que adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada a vigorosa por semana, enquanto crianças e adolescentes devem ter uma média de 60 minutos diários.

Entretanto, os dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, conduzida pelo IBGE, revelaram disparidades entre os sexos no que diz respeito à prática de atividade física.

Enquanto 34,2% dos homens com 18 anos ou mais atingiram o nível recomendado de 150 minutos semanais de atividade física no lazer, apenas 26,4% das mulheres alcançaram esse patamar.

Adicionalmente, as mulheres dedicaram, em média, 21,3 horas por semana a afazeres domésticos e cuidado de pessoas em 2018, quase o dobro do tempo dos homens, que gastaram 10,9 horas com as mesmas tarefas.

Embora as recomendações sejam iguais para ambos os sexos, é evidente que as mulheres estão em desvantagem quanto ao envolvimento em atividades físicas.

Além disso, existem diferenças fisiológicas e de tolerância ao exercício entre homens e mulheres, o que sugere que os benefícios para a saúde derivados da atividade física podem variar de acordo com diversos fatores.

Um estudo recente publicado pelo Journal of the American College of Cardiology e realizado nos Estados Unidos descobriu que, após a mesma quantidade de atividade física, as mulheres obtiveram maiores benefícios de saúde a longo prazo do que os homens.

As participantes do sexo feminino realizaram consideravelmente menos exercícios físicos do que os participantes masculinos durante a semana.

As descobertas sugerem que homens e mulheres necessitam de diferentes quantidades e tipos de exercícios para colher os benefícios relacionados à expectativa de vida.

No estudo, os homens alcançaram os benefícios após cinco horas semanais de exercícios aeróbicos, enquanto as mulheres conseguiram os mesmos benefícios com pouco mais de duas horas semanais de atividade aeróbica moderada a vigorosa.

Para o fortalecimento muscular, os homens colheram benefícios após três sessões semanais, enquanto as mulheres alcançaram o mesmo com apenas uma sessão semanal.

Embora as razões para essas diferenças ainda não sejam totalmente compreendidas, algumas hipóteses incluem diferenças na massa magra entre os sexos e a resposta fisiológica ao exercício.

As mulheres também tiveram ganhos ainda maiores quando praticaram exercícios além do mínimo recomendado. Portanto, é fundamental considerar esses aspectos ao planejar programas de atividade física, especialmente levando em conta as tarefas domésticas, às quais as mulheres dedicam significativamente mais tempo.

Fonte: Isto É