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O filme que quase ninguém entendeu o final, mas é eleito um dos melhores de todos os tempos

Mais de duas décadas após o lançamento, o final de um dos filmes clássicos dos anos 2000 ainda gera debates sobre identidade e realidade

Cadastrado por

Alice Lins

Publicado em 13/05/2025 às 19:18
Imagem do filme "Psicopata Americano" - Reprodução

Ao longo da história do cinema, alguns filmes conquistaram um lugar especial não apenas pelas tramas, mas pela sensação de desconcerto que deixam quando sobem os créditos.

Não se trata de reviravoltas explosivas ou finais felizes inesperados, mas da dúvida: o que exatamente acabamos de assistir?

Títulos como A Origem, O Iluminado e Ilha do Medo são exemplos clássicos de longas que desafiam o espectador a decifrar o que foi real, o que foi imaginação e o quanto da narrativa pode ter sido manipulada.

Entre eles, um dos desfechos mais enigmáticos e debatidos é o de Psicopata Americano, lançado no ano 2000, que se consolidou como um clássico ao longo dos anos.

Dirigido por Mary Harron e estrelado por Christian Bale, o longa é uma adaptação do polêmico romance de Bret Easton Ellis e marcou a carreira do ator com um dos papéis mais icônicos e perturbadores de sua trajetória.

Imagem do filme "Psicopata Americano" - Reprodução

A obra mistura crítica social, terror psicológico e sátira, com doses generosas de violência gráfica, para retratar uma sociedade movida por aparências, ego e desumanização.

Na trama, Bale interpreta Patrick Bateman, um jovem executivo de Wall Street com uma rotina impecável, ternos sob medida e uma vida social repleta de excessos. Por trás da fachada perfeita, esconde-se um comportamento assassino e cada vez mais descontrolado, ou pelo menos é o que parece.

O que torna Psicopata Americano tão instigante é a maneira como, especialmente no final, as certezas do público são colocadas em xeque.

Após uma sequência de supostos assassinatos, Bateman entra em colapso emocional e confessa os crimes ao seu advogado. No entanto, o relato é prontamente descartado: o advogado afirma que uma das vítimas mencionadas está viva e foi vista em Londres recentemente.

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A partir daí, o espectador é confrontado com uma série de possibilidades:

Bateman realmente matou? Tudo foi fruto de sua imaginação? Ou vivemos em uma sociedade tão indiferente e superficial que ninguém percebe, ou se importa, com a presença de um assassino?

O filme não oferece respostas. E essa é justamente a força de seu desfecho. A ausência de uma explicação direta amplia o impacto da crítica social e psicológica proposta pela narrativa.

Em vez de fornecer conclusões, Psicopata Americano deixa o público diante do incômodo da dúvida, e da constatação de que, para alguns, nem os atos mais extremos geram qualquer consequência.

Confira o trailer:

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