O fungo de The Last Of Us existe na vida real? Entenda

O sucesso da série e do jogo está justamente em transformar uma possibilidade biológica em uma história ficcional de terror com um pé na realidade

Publicado em 12/05/2025 às 22:42 | Atualizado em 12/05/2025 às 22:44
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Aclamada pelo enredo intenso e realismo assustador, a série The Last of Us despertou uma dúvida em muitos fãs: o fungo responsável pelo colapso da civilização na trama poderia existir no mundo real?

A resposta é sim, pelo menos em parte.

O Cordyceps, agente causador da infecção na ficção, é baseado em um fungo real que afeta o comportamento de insetos, e essa existência inspirou os criadores do jogo e da série.

Saiba como funciona esse fungo na natureza e se há risco para os seres humanos.

O que é o Cordyceps?

O Cordyceps é um gênero de fungos que existe de verdade e possui mais de 400 espécies catalogadas. Ele é conhecido principalmente pela ação em insetos, como formigas e lagartas.

Quando um esporo do fungo entra no corpo do hospedeiro, ele se espalha rapidamente, tomando o controle do sistema nervoso do animal e alterando o comportamento.

A formiga, por exemplo, passa a agir de forma "zumbificada", subindo até lugares altos antes de morrer. Em seguida, o fungo cresce para fora do corpo do inseto, liberando novos esporos e reiniciando o ciclo.

Recentemente, Chris Ketola, pesquisador da ONG Fauna Forever, com atuação no Peru e em Uganda, achou o fungo em ação em uma tarântula, deixando-a completamente desconfigurada.

Segundo ele, seria um tipo raro de Cordyceps, que se especializou em tarântulas. Após a morte do aracnídeo, o fungo cresceu e se projetou para fora do corpo, formando estruturas que lembram a série The Last Of Us.

Reprodução/Redes Sociais
Fungo Cordyceps agindo em uma tarântula - Reprodução/Redes Sociais

Pode afetar os seres humanos?

Na série e no jogo, o Cordyceps sofre uma mutação, dedivo às altas temperaturas da Terra, e passa a infectar humanos, transformando-os em criaturas agressivas e sem consciência.

Na vida real, porém, não há registros de que esse fungo possa afetar pessoas da mesma forma.

O Cordyceps é altamente especializado para atuar em determinadas espécies de insetos, e não tem capacidade para infectar seres humanos com a tecnologia e condições naturais que temos hoje.

Contudo, o conceito não é completamente impossível do ponto de vista biológico. Cientistas consideram que, em teoria, qualquer patógeno pode sofrer mutações ao longo do tempo.

O criador de The Last Of Us, Neil Druckmann, usou essa premissa como base para criar uma história de terror plausível: e se o Cordyceps evoluísse ao ponto de infectar humanos? E se o aquecimento global contribuísse para isso?

No episódio inicial da série da Max, um cientista explica que, com o aumento da temperatura global, fungos como o Cordyceps poderiam se adaptar a climas mais quentes, ampliando os alvos.

Essa introdução, inspirada em debates reais da comunidade científica, ajuda a dar veracidade à narrativa.

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