3 doramas com protagonistas que se reconstróem aos pedaços — e seguem em frente
Essas três histórias sobre perdas, recomeços difíceis e a coragem de seguir mesmo quando tudo parece quebrado demais para colar de novo

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Nem todo recomeço é cheio de luz. Às vezes, ele começa no escuro — quando ainda se está tentando entender o que foi perdido e o que ainda pode ser salvo. Em muitos doramas, os protagonistas não se levantam com frases de motivação ou grandes viradas de roteiro. Eles se arrastam, erram, hesitam, recuam. E mesmo assim continuam.
É nesse processo silencioso, duro e corajoso que se constrói a beleza de personagens que não têm todas as respostas, mas têm uma força que vem justamente do fato de não desistirem. Essas histórias tocam fundo porque falam de reconstrução sem glamour. Elas mostram o luto, a solidão, a exaustão emocional e o medo de tentar de novo.
Mas também revelam a força dos pequenos avanços: levantar da cama, voltar ao trabalho, confiar em alguém. É um processo que se dá aos pedaços — como quem junta fragmentos do que sobrou e descobre, aos poucos, uma nova forma de existir. Selecionamos três doramas que capturam exatamente esse tipo de trajetória.
São protagonistas que começam quebrados e, ao longo dos episódios, nos ensinam que reconstruir-se não é voltar a ser quem se era — é descobrir quem se pode ser agora.
1. It’s Okay to Not Be Okay (2020)
Ko Moon-young é uma escritora de livros infantis com traumas profundos e personalidade imprevisível. Moon Gang-tae é um cuidador emocionalmente reprimido que vive em função do irmão com deficiência. Cada um deles carrega feridas abertas — e não há uma cura rápida para o que vivem.
A beleza do dorama está no modo como eles se aproximam sem romantizar suas dores. A reconstrução vem através do afeto, do confronto com o passado e da liberdade de admitir que está tudo bem não estar bem. É uma história sobre acolher as rachaduras — e não sobre escondê-las.
2. Move to Heaven (2021)
Geu-ru é um jovem no espectro autista que perde o pai e passa a morar com o tio, um ex-presidiário distante e emocionalmente fechado. Juntos, eles assumem a empresa de limpeza pós-luto da família, responsável por organizar os pertences de pessoas que morreram.
Em cada episódio, eles lidam com histórias de perda e despedida, enquanto se aproximam lentamente. O dorama é delicado, doloroso e cheio de humanidade. A reconstrução aqui é silenciosa: ela acontece na escuta, no gesto gentil e na tentativa de ser menos duro consigo mesmo.
3. Just Between Lovers (2017)
Lee Gang-doo sobreviveu a um colapso trágico em um shopping quando era adolescente. Carrega traumas físicos e emocionais — e vive uma vida à margem. Ha Moon-soo também estava lá, perdeu a irmã e vive sob a pressão de ter sobrevivido.
Eles se encontram anos depois, ainda marcados pelas consequências do acidente. A relação entre os dois não é de cura imediata, mas de reconhecimento. São dois sobreviventes que se entendem sem precisar explicar muito. E é nessa conexão que começa o processo de reconstrução — com passos inseguros, mas reais.