A maternidade nos doramas, quando bem retratada, vai além da imagem romantizada da “mãe perfeita”. Ela aparece como força de movimento. É a partir do nascimento de um filho — ou da decisão de cuidar de alguém — que muitas personagens se reinventam, enfrentam dilemas profundos e transformam suas próprias existências.
Nessas histórias, a maternidade não surge apenas como uma escolha afetiva, mas como ato de resistência. As protagonistas não vivem apenas para os filhos, mas também por si. Em muitos casos, elas descobrem novos limites, mudam prioridades e encontram no cuidado uma potência.
E o mais bonito: a maternidade dessas tramas não exige perfeição — só presença. São mães reais, que acertam e erram, mas sempre tentam. A seguir, três doramas que mostram como, ao redor da maternidade, tudo ganha outra densidade.
1. Hi Bye, Mama! (2020)
Cha Yu-ri é uma mulher que morreu jovem e deixou para trás o marido e a filha recém-nascida. Quando ganha a chance de voltar à vida por 49 dias, ela precisa escolher entre se reconectar com quem ama ou deixar que sigam em frente sem ela.
O dorama trata da maternidade com sensibilidade e dor. A trama se constrói a partir do luto — mas também da alegria contida em cada instante roubado do tempo. Yu-ri não é uma heroína idealizada, mas uma mulher que só quer estar perto da filha. O reencontro, mesmo provisório, muda tudo: a dinâmica familiar, as relações, e a própria maneira como a vida é compreendida. Um mergulho delicado sobre perdas e amor incondicional.
2. Green Mothers’ Club (2022)
Cinco mulheres se cruzam por conta da escola dos filhos. À primeira vista, parecem rivais, envoltas em competitividade e aparências. Mas aos poucos, os vínculos se aprofundam, e cada uma revela suas dores, inseguranças e dilemas como mãe — e como mulher.
O dorama discute maternidade real em sociedade: a pressão por perfeição, o julgamento entre mães, os limites do amor materno. Com atuações intensas, ele mostra que criar um filho é também confrontar feridas pessoais. E que muitas vezes, a rede de apoio mais inesperada se forma entre mulheres completamente diferentes que se reconhecem na exaustão.
3. The Good Bad Mother (2023)
Young-soon é uma mãe rígida que criou o filho sozinha, impondo uma disciplina que ele nunca entendeu — até sofrer um acidente e voltar a depender dela. A série acompanha esse reencontro forçado, onde mágoas antigas voltam à tona e os dois têm a chance de se ver de outro jeito.
A maternidade aqui é dura, cheia de culpa e silêncio. Mas também é o fio que permite reconstruções profundas. Young-soon, inicialmente incompreendida, mostra que sua forma de amar era atravessada por medo, proteção e sacrifício. O dorama emociona ao mostrar que, às vezes, é no momento mais difícil que se consegue finalmente amar certo.