4 doramas com protagonistas femininas que se reinventam depois do fundo do poço
Essas histórias mostram mulheres que enfrentam perdas, humilhações e quedas drásticas — e encontram força para reconstruir tudo do zero

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Não é à toa que os doramas coreanos são tão populares entre o público que busca narrativas emocionantes, inspiradoras e humanas. Entre romances encantadores e comédias divertidas, há também espaço para tramas que falam sobre quedas profundas — e, mais importante ainda, sobre recomeços.
São histórias de mulheres que perderam tudo: empregos, relacionamentos, autoestima, sentido de vida. Mulheres que bateram no fundo do poço, que chegaram ao ponto em que tudo parece ruir. Mas que, justamente aí, descobrem a própria força, a capacidade de se reinventar, e constroem novos caminhos, às vezes ainda melhores do que os anteriores.
Esses doramas não romantizam a dor, mas também não se afundam nela. Mostram, com sensibilidade, os tropeços e as derrotas, mas também a coragem de quem escolhe seguir em frente. E o mais bonito: essas transformações não dependem de um salvador externo, e sim de decisões internas, de pequenas vitórias diárias, de apoio mútuo e da redescoberta do próprio valor.
A seguir, quatro doramas inesquecíveis que abordam com profundidade e esperança a jornada de mulheres que se reconstruíram a partir da queda.
1. My Liberation Notes (2022)
A protagonista vive um cotidiano sufocante, entre uma rotina sem propósito e um vazio existencial — até decidir libertar a si mesma
Yeom Mi-jeong é uma mulher aparentemente apática, presa a um trabalho exaustivo em Seul e obrigada a passar horas em transporte até voltar à casa dos pais, no interior. Ela se sente invisível, solitária e sem voz — até que, silenciosamente, começa a questionar tudo: o emprego, as relações, a forma como vive.
Seu processo de reinvenção é sutil, mas poderoso: não há grandes reviravoltas, mas há coragem em cada pequeno movimento rumo a uma vida mais autêntica. “My Liberation Notes” é um drama melancólico, com diálogos brilhantes e atuações contidas, que mostra como o fundo do poço pode ser silencioso — e como a saída dele pode começar com um simples “eu quero me libertar”.
2. Because This Is My First Life (2017)
Despejada e endividada, a protagonista aceita um casamento de conveniência — e reencontra o próprio valor numa nova dinâmica de vida
Yoon Ji-ho é uma roteirista fracassada, aos 30 anos, sem dinheiro, morando de favor, e prestes a ser despejada. A solução? Um casamento por contrato com um homem que quer apenas alguém para dividir o aluguel.
Mas o que começa como um arranjo racional vira um espaço de reconstrução emocional. Ji-ho, antes tão apagada, começa a se reconectar com seus desejos, sua dignidade e sua capacidade de amar — e ser amada. Esse dorama é uma joia que combina humor leve, reflexões existenciais e um olhar sensível sobre o que significa “ter uma vida” de verdade.
3. Thirty-Nine (2022)
Uma mulher enfrenta um luto devastador e precisa lidar com questões não resolvidas — mas encontra apoio, afeto e novas formas de amar a vida
Cha Mi-jo tem uma carreira bem-sucedida como dermatologista, mas sua vida emocional é marcada por lacunas e silêncios. Quando o câncer atinge uma de suas melhores amigas, ela se vê diante da maior dor que já enfrentou — e, ao mesmo tempo, diante da urgência de viver de forma mais presente, mais verdadeira.
Em vez de afundar na perda, Mi-jo se reinventa no afeto, na amizade, nos vínculos que resistem à dor. “Thirty-Nine” é sobre o luto, sim, mas também sobre o amor entre mulheres maduras, a reconciliação com o passado e a beleza dos recomeços que surgem no meio do caos.
4. The Glory (2022–2023)
Depois de sofrer bullying brutal e ter sua juventude destruída, a protagonista traça um plano de vingança — e reconstrói a si mesma no processo
Moon Dong-eun foi vítima de violência extrema no colégio. Humilhada, abandonada e traumatizada, ela passa anos planejando sua vingança contra os agressores. Mas o que começa como uma jornada sombria de acerto de contas se transforma também em uma busca de identidade, justiça e cura.
Ao confrontar o passado, Dong-eun não apenas enfrenta seus algozes — ela confronta sua própria dor e começa a construir uma nova versão de si mesma. “The Glory” é duro, intenso e cheio de crítica social, mas também profundamente humano. Uma história de trauma, sim — mas, sobretudo, de coragem para renascer das cinzas.