Esses 3 doramas vão fazer você querer ligar para sua mãe no fim de cada episódio
Três doramas que mostram com sensibilidade a maternidade real, cheia de amor, silêncio, conflitos e marcas que atravessam gerações

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Alguns doramas têm o poder raro de emocionar profundamente sem recorrer a exageros. São obras que tratam dos vínculos familiares com uma delicadeza desconcertante — e, entre todos esses laços, poucos são tão inesgotáveis quanto o entre mães e filhos. Mas engana-se quem espera retratos idealizados: o que emociona nessas histórias é justamente o quanto elas são reais, doloridas, imperfeitas.
Esses doramas não romantizam a maternidade. Pelo contrário, expõem sua complexidade: mães que se sacrificam demais, que amam em silêncio, que erram tentando acertar. Filhos que rejeitam, voltam atrás, pedem perdão tarde demais. Em cada episódio, o espectador é convidado a repensar suas próprias relações — e, não raro, sente aquela urgência de mandar uma mensagem ou fazer uma ligação para quem lhe deu colo pela primeira vez.
Selecionamos três dramas inesquecíveis que mergulham fundo nesse elo visceral entre mães e filhos. Prepare o coração — e o telefone.
1. Hi Bye, Mama!
Cha Yu-ri morreu em um acidente e passou cinco anos como um fantasma ao lado da filha que mal chegou a conhecer. Quando recebe a chance de voltar à vida por 49 dias, ela precisa enfrentar uma realidade que seguiu sem ela: o marido se casou de novo, a filha não a reconhece, e todos aprenderam a viver com sua ausência.
A força de Hi Bye, Mama! está em sua mistura entre o fantástico e o emocional. O dorama é, ao mesmo tempo, espirituoso e doloroso. Yu-ri é uma mãe que ama a ponto de abdicar, que cuida mesmo invisível, que prefere o bem-estar da filha à sua própria permanência.
A série escancara o quanto a maternidade está marcada por renúncias silenciosas — e como a ausência pode ser uma presença contínua. A cada episódio, o espectador é convidado a olhar para sua própria mãe não como uma figura idealizada, mas como uma mulher real, com dores, falhas e um amor que persiste até depois da morte.
2. The Good Bad Mother
Young-soon criou o filho sozinha em uma fazenda, mantendo-o sob regras rígidas e com pouco espaço para afeto explícito. Tudo o que ela fez, fez pensando em garantir um futuro seguro para ele — e isso o transformou em um adulto emocionalmente distante. Quando ele sofre um acidente e volta a ter o comportamento de uma criança, ela precisa reaprender a cuidar — dessa vez com ternura, não controle.
O dorama é uma aula de empatia intergeracional. Mostra que mães também erram tentando proteger, que o amor pode se manifestar de formas duras, e que perdoar a própria mãe é um processo tão libertador quanto necessário.
Com atuações intensas e um roteiro cheio de nuances, The Good Bad Mother não cai no sentimentalismo fácil. Ao contrário: provoca desconforto e reflexão. E no meio de tudo, convida à reconciliação — com a mãe real, não com a idealizada.
3. My Unfamiliar Family
Essa joia pouco comentada explora os laços familiares com uma honestidade que desarma. Kim Eun-hee, a filha do meio, vive uma relação cordial, mas distante, com a mãe. Ao longo da trama, ela começa a perceber que a mulher que a criou tem uma vida interior muito mais rica — e dolorosa — do que ela imaginava.
A série alterna diferentes perspectivas e revela segredos antigos, mágoas silenciosas e escolhas que moldaram toda a família. A mãe, Jin Sook, aos poucos deixa de ser uma figura de fundo e se torna uma protagonista emocional: uma mulher que abriu mão de si mesma por anos, que amou em silêncio, que suportou o desprezo dos filhos calada.
My Unfamiliar Family faz uma pergunta incômoda: quantas vezes olhamos para nossos pais apenas como pais, e não como pessoas? É um drama que convida ao contato, à escuta e, sobretudo, ao reconhecimento.