3 doramas com protagonistas maduras que provam que recomeçar nunca é tarde
Essas três histórias que retratam mulheres acima dos 30 (ou 40) anos encarando novos começos com coragem, afeto e complexidade emocional

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A televisão sul-coreana tem se aberto cada vez mais a protagonistas que fogem do arquétipo jovem e idealizado. As histórias centradas em mulheres maduras, geralmente entre seus 30, 40 ou até 50 anos, têm ganhado espaço com roteiros sensíveis e relevantes. Elas não estão mais apenas nos papéis secundários ou maternos — estão no centro da trama, enfrentando dilemas reais, recomeçando após o divórcio, o luto, a demissão ou o colapso emocional.
O que torna essas histórias tão poderosas é o fato de que elas não idealizam a maturidade como uma fase de plenitude e certeza. Pelo contrário: mostram como, mesmo com cicatrizes acumuladas, pressões sociais e expectativas sufocantes, ainda é possível escolher outros caminhos. Recomeçar, para essas protagonistas, não é um gesto impulsivo — é um ato de resistência e amor-próprio.
Selecionamos cinco doramas que retratam, com lirismo, humor e afeto, o recomeço de mulheres que já viveram o suficiente para saber que coragem, muitas vezes, é continuar mesmo depois de tudo ter desmoronado.
1. Thirty Nine
A série acompanha três amigas prestes a completar 40 anos: Cha Mi-jo, dermatologista; Jung Chan-young, professora de atuação; e Jang Joo-hee, gerente de cosméticos. O enredo gira em torno do diagnóstico terminal de uma delas, mas o foco real está em como essas mulheres lidam com o tempo, os arrependimentos e a necessidade de redescobrir a vida em meio à dor.
Mi-jo, interpretada com profundidade por Son Ye-jin, é a personagem que mais simboliza o recomeço: filha adotiva, emocionalmente contida, ela vê sua vida profissional estável ser desafiada por emoções intensas e urgentes. Ao lado das amigas, ela aprende a viver com mais autenticidade.
O dorama trata o amadurecimento com honestidade: fala de frustrações amorosas, infertilidade, luto iminente e afetos não resolvidos. Mas tudo isso com uma sensibilidade calorosa. A maturidade é retratada não como um fardo, mas como um terreno fértil para recomeços cheios de verdade.
2. The Good Bad Mother
Embora a história de The Good Bad Mother gire em torno do relacionamento entre uma mãe rígida e seu filho promotor, que sofre um grave acidente e volta a ter comportamento infantil, o ponto de virada emocional é dela: Young-soon, a protagonista, é uma mulher que viveu anos se culpando pelas decisões que tomou em nome do bem-estar do filho.
Interpretada com entrega por Ra Mi-ran, Young-soon é uma mulher do campo, viúva, que se vê obrigada a cuidar de um filho adulto como se fosse uma criança novamente. É a partir desse retorno forçado à maternidade que ela reavalia sua vida, seus afetos e sua rigidez.
O dorama mostra que, mesmo diante de perdas e feridas antigas, é possível abrir espaço para a leveza, o riso e a reconexão emocional. A personagem simboliza um tipo de recomeço menos idealizado — mais árduo, mas profundamente tocante.
3. One Spring Night
Lee Jung-in tem trinta e poucos anos, é bibliotecária, vive um relacionamento morno e já não tem ilusões românticas. Quando conhece Yoo Ji-ho, um pai solteiro e farmacêutico, o que surge entre eles não é paixão arrebatadora, mas conexão serena — e, justamente por isso, ainda mais transformadora.
O roteiro aposta em diálogos contidos, olhares longos e dilemas morais reais. Jung-in precisa enfrentar expectativas familiares, julgamentos sociais e a própria resistência a mudanças. Seu recomeço é silencioso e doloroso: envolve romper com a estabilidade e lidar com a culpa de escolher a si mesma.
A série trata o amor maduro com realismo e respeito. O romance não é fuga, mas construção. Jung-in mostra que recomeçar aos 30 não é um luxo romântico, mas uma necessidade vital — especialmente quando a vida exige honestidade.