4 doramas que começam como comédia e viram drama de cortar o coração
Esses doramas te conquistam com humor e leveza, mas quando menos se espera, entregam reviravoltas dolorosas e emoções à flor da pele

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Alguns doramas têm a habilidade rara de enganar o espectador — no melhor sentido. Começam como comédias leves, com personagens carismáticos, situações absurdas e uma narrativa que convida ao riso fácil. Mas, de repente, revelam camadas mais densas, traumas escondidos, dilemas familiares e escolhas emocionais difíceis.
E é exatamente esse contraste que os torna tão marcantes. A sensação é como rir alto com alguém que, minutos depois, se despede chorando. A transição do cômico para o trágico é feita com tamanha naturalidade que o impacto emocional é ainda mais profundo.
Esses doramas não apenas brincam com as expectativas do público: eles nos fazem baixar a guarda com o humor para, em seguida, entregar histórias que mexem com o coração, abordando temas como perda, abandono, luto, solidão e cura. São produções que lembram que rir e chorar não são opostos, mas partes de uma mesma experiência humana.
A seguir, quatro doramas que começam leves e divertidos, mas se transformam em dramas arrebatadores e inesquecíveis.
"Thirty But Seventeen" (2018)
Começa com situações engraçadas e românticas, mas evolui para um retrato sensível sobre tempo, culpa e recomeços difíceis. No início, o dorama parece uma típica comédia romântica com toques de excentricidade: Woo Seo-ri, uma violinista de 17 anos, acorda do coma aos 30, sem ter consciência da passagem do tempo.
A interação dela com Gong Woo-jin, um designer socialmente retraído, rende cenas hilárias e desconcertantes. Mas conforme os episódios avançam, o peso do tempo perdido, a dor da ausência e os traumas que ambos carregam tornam-se o verdadeiro núcleo da trama. O riso dá lugar à emoção bruta — e o dorama entrega uma das jornadas de cura mais tocantes da década.
"Go Back Couple" (2017)
O humor inicial da viagem no tempo logo dá espaço a um drama profundo sobre amadurecimento, perdas e segundas chances. Na premissa, tudo é divertido: dois adultos frustrados com o casamento voltam para seus corpos universitários e têm a chance de fazer tudo diferente. As situações cômicas são inevitáveis, desde o choque de geração até os conflitos românticos adolescentes.
Mas o dorama cresce ao mostrar, com sensibilidade, como pequenas decisões moldam vidas inteiras — e como a juventude é muitas vezes idealizada. Em determinado ponto, o riso cede espaço para a reflexão, o luto e a aceitação de que amar nem sempre é o suficiente.
"Because This Is My First Life" (2017)
Inicia como uma sátira moderna aos casamentos arranjados, mas logo se aprofunda em solidão, pressão social e autossabotagem. O dorama tem um começo cômico e bem atual: Nam Se-hee e Yoon Ji-ho dividem um apartamento e, por conveniência, decidem se casar. As diferenças entre eles geram situações engraçadas e desconfortáveis, com um humor leve e inteligente.
Mas conforme os sentimentos começam a emergir, a história revela dores profundas, traumas familiares e inseguranças que dificultam qualquer conexão verdadeira. A virada emocional é tão bem construída que o espectador mal percebe quando parou de rir para começar a torcer — e, em muitos momentos, chorar.
"Hello, Me!" (2021)
Comédia de autoajuda divertida se transforma em um drama comovente sobre identidade, abandono e amor-próprio. No início, Han Ha-ni parece apenas uma personagem desastrada e azarada, presa em uma vida sem rumo. A chegada de sua versão adolescente, vibrante e cheia de sonhos, cria momentos engraçados e caóticos, enquanto as duas tentam conviver.
Mas à medida que o passado de Ha-ni se revela — incluindo traumas familiares e frustrações pessoais — o dorama mergulha em um drama sensível sobre a perda de si mesma, os danos do tempo e a difícil arte de se perdoar. É uma história que começa leve, mas termina deixando um nó na garganta.