3 doramas que começam devagar, mas explodem em emoção e complexidade
Essas histórias enganam no início, mas revelam uma profundidade emocional que só cresce a cada episódio — e deixam marcas no coração

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Alguns doramas têm tramas que capturam o espectador logo de cara, com reviravoltas, química instantânea ou cenas intensas já nos primeiros minutos. Outros seguem um caminho diferente. Começam suaves, até monótonos, quase como se não tivessem pressa em mostrar a que vieram. Mas, ao contrário de serem “lentos”, essas histórias estão apenas preparando o terreno — criando atmosferas, construindo vínculos, lapidando os personagens. E é exatamente essa base cuidadosa que torna a virada tão poderosa quando finalmente acontece.
Esse tipo de narrativa exige um pouco mais de paciência, mas recompensa com uma entrega emocional muito mais profunda. Quando os conflitos realmente emergem, o espectador já está completamente envolvido com os personagens, e cada cena ganha uma força que não seria possível sem o ritmo inicial mais calmo. O resultado são histórias que evoluem com complexidade crescente e que, no fim, se revelam inesquecíveis.
A seguir, três doramas que podem parecer simples à primeira vista — mas que surpreendem ao se transformar em verdadeiros mergulhos emocionais.
My Mister (Netflix)
O começo é sutil, quase frio. Mas conforme os silêncios ganham peso, a série revela uma das histórias mais emocionantes da televisão coreana.
“My Mister” começa como um retrato melancólico da vida de dois personagens solitários. Nada de romance imediato, reviravoltas ou ação: há apenas silêncio, frustração e cansaço. Mas é justamente essa calma inicial que prepara o terreno para uma conexão humana raríssima. Ji-an (IU) e Dong-hoon (Lee Sun-kyun) compartilham traumas, dores e respiros — tudo sem precisar de palavras grandiosas.
A série evolui lentamente, até explodir em cenas que cortam fundo e revelam uma força emocional devastadora. É uma obra-prima de sutileza e empatia, que prova como a lentidão pode ser a chave para algo inesquecível.
Misaeng: Incomplete Life (Viki)
Quem vê o início corporativo e contido não imagina a potência emocional que essa história de amadurecimento e sobrevivência vai alcançar.
“Misaeng” acompanha Jang Geu-rae, um jovem sem diploma tentando sobreviver em uma empresa rígida e hierárquica. Os primeiros episódios parecem despretensiosos — cheios de reuniões, burocracias e humilhações cotidianas. Mas, aos poucos, os personagens vão revelando suas fragilidades, ambições e dilemas internos.
O espectador se envolve com cada pequena vitória, cada frustração silenciosa. Quando a trama finalmente atinge seu auge emocional, o vínculo com os personagens já está consolidado. O impacto é profundo e real. É uma série sobre trabalho, sim, mas sobretudo sobre dignidade, esperança e identidade.
Because This Is My First Life (Netflix/Viki)
Um contrato de casamento, diálogos calmos e personagens introspectivos. Mas o que começa leve, logo revela profundidade rara sobre afeto e escolha.
Com uma premissa quase cômica — um homem pragmático e uma escritora endividada dividindo um contrato de casamento por conveniência —, o dorama engana ao parecer mais uma comédia romântica. Mas “Because This Is My First Life” surpreende com diálogos inteligentes, reflexões sobre expectativas sociais e um retrato muito honesto sobre solidão, casamento e crescimento emocional.
A evolução é lenta, sem melodramas exagerados. Mas quando os conflitos afloram, a série se revela intensa, madura e profundamente sensível. Uma história sobre amor, mas também sobre encontrar um espaço próprio no mundo.