Kleber Mendonça Filho vence Melhor Direção em Cannes por ‘O Agente Secreto’

Kleber Mendonça Filho foi consagrado neste sábado (25) com o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes 2025 por O Agente Secreto. O longa marca o retorno do diretor pernambucano à mostra competitiva do festival, seis anos após levar o Prêmio do Júri por Bacurau.

Ambientado no Recife de 1977, O Agente Secreto mistura thriller político, drama e elementos fantásticos para abordar as marcas da violência e da corrupção herdadas do autoritarismo. Wagner Moura interpreta Marcelo, um especialista em tecnologia que volta à cidade natal em busca de paz, mas encontra segredos e ameaças à espreita.

Ainda antes do anúncio da Palma de Ouro, O Agente Secreto já havia sido reconhecido com o Prêmio FIPRESCI — da Federação Internacional de Críticos de Cinema, composta por jornalistas especializados de mais de 50 países.

A obra também recebeu o prêmio “Art et Essai”, concedido pela AFCAE (Associação Francesa de Cinema de Arte e Ensaio), que valoriza filmes com relevância artística, experimental ou política.

Wagner Moura é premiado como Melhor Ator

A performance de Wagner Moura também foi celebrada em Cannes. O ator venceu o prêmio de Melhor Ator por sua interpretação de Marcelo, personagem central da trama.

A vitória coloca Moura em um seleto grupo de brasileiros reconhecidos no festival. Até então, apenas Fernanda Torres, premiada em 1986 por Eu Sei que Vou Te Amar, e Sandra Corveloni, em 2008 por Linha de Passe, haviam conquistado prêmios de atuação em Cannes.

Ano histórico para o cinema brasileiro

A vitória de O Agente Secreto coroa um momento histórico para o cinema brasileiro. Além de ser o país homenageado do Marché du Film, área de negócios do festival, o Brasil emplacou outras vitórias recentes no circuito internacional: Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, levou o Oscar de Melhor Filme Internacional em março, e O Último Azul, de Gabriel Mascaro, venceu o Urso de Prata no Festival de Berlim.

A produção de O Agente Secreto é assinada por Emilie Lesclaux e envolve uma coprodução entre Brasil, França, Alemanha e Holanda. A distribuição nacional será feita pela Vitrine Filmes, enquanto a NEON (EUA e Canadá) e a MUBI (Reino Unido, Índia, América Latina, exceto Brasil) são responsáveis pelo lançamento internacional.

O longa ainda não tem data de estreia definida no Brasil, mas já é aguardado como um dos lançamentos mais importantes do ano.