"Adolescência": A série da Netflix que escancara os perigos do bullying

O roteiro da produção levanta a seguinte questão: Como o bullying pode impactar a mente de uma criança a ponto de levá-la a atitudes extremas?

Publicado em 31/03/2025 às 17:48 | Atualizado em 31/03/2025 às 18:02
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Lançada recentemente pela Netflix, a série "Adolescência" virou assunto nas redes sociais por tratar de um assunto delicado: o bullying.

A obra, inclusive, foi motivo de pauta em diferentes contextos, desde o Parlamento Britânico até programas de entrevistas nos Estados Unidos.

A produção tem como enredo a história fictícia do adolescente britânico Jamie Miller, de 13 anos, que é preso depois do assassinato de uma colega de escola.

Ao longo da série, uma questão é levantada: Como o bullying pode impactar a mente de uma criança a ponto de levá-la a atitudes extremas?

Antes de saber a resolução de cada pergunta, é necessário saber que o bullying é uma forma de agressão repetitiva que tem como objetivo humilhar a vítima, seja fisicamente, verbalmente ou psicologicamente.

"O bullying não é apenas brincadeira de criança, ele pode causar danos profundos na saúde mental dos jovens, levando a quadros de depressão, ansiedade, baixa autoestima e até ideias suicidas, efeitos que podem durar a vida inteira", explica a neuropsicóloga Dra. Karliny Uchôa.

Para quem causa, o bullying não tem impacto. Para a vítima, no entanto, as consequências são muitas. 

Os impactos do bullying na saúde mental infantil são: Ansiedade e estresse constante; Dificuldade de socialização e isolamento; Problemas de concentração e queda no desempenho escolar; Baixa autoestima e sensação de inadequação; Risco aumentado de depressão e autolesão.

"Os efeitos do bullying podem durar para toda a vida, crianças e adolescentes que passam por isso podem carregar traumas que afetam suas relações pessoais e profissionais na vida adulta", alerta Dra. Karliny.

Quando a criança possui necessidades especiais ou condições do neurodesenvolvimento, como autismo ou TDAH, os impactos são bem piores.

Vítimas de bullying com condições especiais possuem, muitas vezes, dificuldades de comunicação ou outro tipos de comportamentos que os tornam alvos mais fáceis para agressões.

"Precisamos estar atentos às crianças mais vulneráveis, elas precisam de suporte especializado e proteção extra para que não sofram danos irreversíveis no seu neurodesenvolvimento nessa fase tão importante", afirma a especialista.

O papel dos pais e professores na prevenção

Pais e professores são fundamentais na luta contra o bullying para evitar danos irreparáveis. É essencial criar um ambiente seguro, onde as crianças se sintam confortáveis para relatar agressões e recebam apoio adequado.

"O primeiro passo é ouvir as crianças e levá-las a sério. O bullying não pode ser tratado como algo normal ou inevitável, precisamos de diálogo e de ações firmes para garantir que nossas crianças cresçam emocionalmente saudáveis", conclui Dra. Karliny Uchôa.

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