Remoção de tatuagem a laser: como funciona, cuidados e riscos do procedimento

O dermatologista e professor de medicina Ademar Schultz falou como funciona o processo da remoção de tatuagem a laser e as alternativas seguras.

Publicado em 11/02/2025 às 14:43
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A tatuagem, que eterniza na pele momentos e significados, pode, com o tempo, se tornar um incômodo ou trazer lembranças indesejadas.

Felizmente, a tecnologia já possibilita a remoção segura dessas marcas, por meio de tratamentos que exigem paciência e cuidados específicos.

Ademar Schultz, dermatologista e professor de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica como funciona esse processo e quais são as alternativas mais seguras para quem deseja reverter uma tatuagem.

Embora o laser seja um dos métodos mais eficazes para remover tatuagens, ele não está livre de riscos. O dermatologista destaca que cada pele responde de forma diferente ao procedimento e alerta sobre possíveis complicações.

“Cicatrizes, alterações na pigmentação e até o efeito ‘fantasma’, que é uma sombra residual da tatuagem, são possibilidades que devem ser consideradas.”

A técnica funciona por meio da destruição dos pigmentos da tatuagem, quebrando-os em partículas menores para que sejam absorvidas pelo organismo ao longo do tempo.

“Esse processo pode ser doloroso, especialmente em áreas mais sensíveis, e exige uma série de sessões, com intervalos regulares para que a pele se recupere adequadamente”, ressalta Schultz. Além disso, a resposta ao tratamento pode variar conforme o tom da pele.

“Peles mais escuras, por exemplo, tendem a ser mais suscetíveis à hipopigmentação ou hiperpigmentação, pois o laser pode afetar a melanina. Por isso, é essencial que o equipamento e os parâmetros utilizados sejam adequados ao paciente.”

O sucesso da remoção depende não apenas da técnica utilizada, mas também dos cuidados do paciente. Antes de iniciar o tratamento, é fundamental realizar uma avaliação dermatológica para identificar possíveis contraindicações, como infecções ativas ou distúrbios de pigmentação.

“Após cada sessão, é preciso seguir as orientações de cuidado para evitar complicações. É importante respeitar o intervalo de seis a oito semanas entre as sessões para garantir a recuperação adequada da pele e a eficácia do tratamento.”

Schultz reforça que a proteção solar é indispensável durante o processo, pois a exposição ao sol pode comprometer os resultados e causar manchas.

Além disso, recomenda evitar coçar a região tratada, manter a pele hidratada com pomadas cicatrizantes e suspender atividades físicas intensas nos primeiros dias após o procedimento.

“Se o indivíduo tiver sinais de infecção, como dor intensa, pus, inchaço exagerado ou febre, recomendando procurar um médico imediatamente caso esses sintomas ocorram.”

Contraindicações

O procedimento não é indicado para todos. Grávidas, lactantes e pessoas com distúrbios de cicatrização ou pigmentação, como vitiligo, devem evitar a remoção a laser, pois os riscos podem superar os benefícios.

Além disso, Schultz destaca a importância de buscar um profissional qualificado para realizar o tratamento.

Ele alerta que a remoção feita por pessoas sem treinamento adequado pode aumentar consideravelmente as chances de infecção e cicatrizes permanentes.

“A remoção de tatuagens é algo que exige precisão e conhecimento técnico. Buscar orientação médica é o primeiro passo para garantir um tratamento seguro e eficaz", completa.

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