Dia dos Namorados pode ser um convite ao amor-próprio para os solteiros
Passar a data mais romântica do ano sem ninguém ao seu lado não é sinal de fracasso. É apenas uma oportunidade para se entender melhor.

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No dia 12 de junho, as redes sociais ficam inundadas de postagens relacionadas ao Dia dos Namorados, com fotos e vídeos de jantares românticos, presentes delicados e declarações apaixonadas.
No entanto, a data pode se tornar um tormento para quem estar solteiro, especialmente por causa desse excesso de romantização, que pode gerar um sentimento incômodo de solidão ou até de fracasso pessoal.
“A gente vive em uma cultura que associa o amor a dois com sucesso, com a felicidade plena. E, quando não estamos vivendo isso, pode surgir a sensação de que estamos errando em algum lugar”, explica a psicanalista Fabiana Guntovitch.
De acordo com a especialista em Comportamento, a idealização do ápice do relacionamento amoroso como o máximo da realização pessoa é retratada em filmes, músicas, propagandas e aplicativos de namoro.
“Existe essa ideia de que o amor romântico é o destino. Quem está fora disso muitas vezes sente como se estivesse ‘sobrando’, como se estivesse incompleto”, avalia.
“Desde pequenos, somos ensinados a buscar validação no olhar do outro — e, no amor, isso fica ainda mais forte. Ser amado parece confirmar que a gente vale a pena. Só que isso é uma armadilha emocional”, completa Fabiana.
Não ter um parceiro um romântico em uma data simbólica para o amor pode ativar fantasias inconscientes de rejeição ou de não pertencimento.
“Não é só a ausência de alguém. É a ausência simbólica de um espelho, de alguém que confirme quem a gente é. E isso machuca”, diz.
Para que isso não se torne um problema de fato, a especialista recomenda que o Dia dos Namorados seja um convite ao amor-próprio.
“Estar só não significa estar em falta. É possível encontrar maturidade emocional em outros vínculos — com amigos, filhos, projetos e, principalmente, consigo mesmo”, defende ela, que ainda alerta que o amor-próprio não substitui o amor romântico, mas vem antes.
“É ele que define o que a gente quer, o que não aceita, e o que espera de uma relação. Sem isso, a gente corre o risco de entrar em histórias que não fazem sentido ou que nos machucam”, afirma.
Guntovitch ressalta que praticar o amor-próprio é um exercício ideal para criar resistência consigo mesmo.
“É uma forma de resistência silenciosa. Um jeito de dizer: eu não preciso seguir o script da idealização. Eu posso me bastar — e isso não é pouco”, pontua a especialista.
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