Desempenho e superação pessoal marcam o perfil esportivo da Geração Z, que mostra uma inclinação competitiva na hora de escolher como se movimentar.
É o que aponta a pesquisa “Gen XYZ: um estudo através das gerações”, realizada pela Ticket Sports, que identificou essas características como marcantes entre jovens de 15 a 30 anos.
O levantamento também aponta um aumento na presença desse público no universo esportivo brasileiro.
O mesmo estudo, que entrevistou 4.158 atletas — entre amadores e profissionais — em todas as regiões do país, revelou que a participação de jovens entre 15 e 25 anos em eventos esportivos passou de 7,9% para 11% em 2024.
Além disso, mais da metade da Geração Z (55,6%) considera o esporte parte essencial do seu estilo de vida.
Academia lidera a preferência
A Geração Z também se destaca no ranking da prática regular de atividades físicas. Entre os participantes dessa faixa etária que responderam à pesquisa “Hábitos esportivos & Comportamento de compra”, da Brain Inteligência Estratégica, 46% afirmaram manter uma rotina esportiva constante — índice superior ao das demais gerações analisadas.
As modalidades mais populares entre os jovens são academia, futebol e corrida, todas com potencial para promover evolução individual e competição.
A coordenadora do estudo, Tiziana Weber, explica que “à medida que a idade avança, observa-se uma queda na regularidade da prática esportiva nos últimos 12 meses”.
A preferência por atividades voltadas à performance pode estar relacionada à busca por energia e disposição para o dia a dia.
Dentro desse contexto, cresce o interesse da Geração Z por suplementos como a maca peruana — raiz tradicionalmente associada ao aumento da energia e da resistência física.
Mesmo assim, a recomendação segue sendo clara: antes de iniciar qualquer suplementação, mesmo natural, é fundamental consultar um profissional da área da saúde.
Várias motivações impulsionam a prática esportiva
Embora o cuidado com a saúde apareça como o principal fator que leva os jovens a se exercitarem, a pesquisa da Brain Inteligência Estratégica aponta dois destaques no perfil da Geração Z: a valorização do alívio do estresse e das melhorias estéticas.
Para o psiquiatra Alexandre Valverde, que participou do estudo, o acesso fácil à informação ajuda a explicar o aumento do interesse pelos exercícios físicos.
“Essa geração está mais bem informada sobre os benefícios das práticas esportivas e sobre como executá-las”, analisa.
O especialista também ressalta outro traço importante desses jovens: a autonomia.
“Eles são mais autônomos, e, por isso, também mais disciplinados. Manter a autonomia exige disciplina, e isso se reflete na forma como eles se dedicam à prática física.”
Redes sociais influenciam as escolhas esportivas
Na internet, o interesse por temas como nutrição esportiva e performance é crescente — incluindo dúvidas sobre substâncias como o magnésio dimalato, usado para melhorar o rendimento nos treinos.
Segundo o levantamento da Ticket Sports, 74% da Geração Z utiliza as redes sociais como principal fonte de informação sobre esportes.
Essa influência digital impacta diretamente o número de jovens que passam a praticar atividades físicas e também pode explicar o interesse por modalidades que permitem comparação e compartilhamento de resultados.
A pesquisa revela ainda que 19,8% dos entrevistados — independentemente da idade — escolhem eventos esportivos com base no potencial de viver novas experiências.
Para a Geração Z, o lado vivencial do evento, além da competição, se torna um fator decisivo na hora da escolha.
Academia vira espaço de convivência
Um levantamento feito pela Focaldata, a pedido do The Gym Group, com mais de 2 mil jovens britânicos, apontou uma tendência interessante: 37% dos participantes entre 18 e 24 anos enxergam o exercício físico como um momento relevante para socializar. Além disso, 23% citaram o contato com amigos como um dos principais estímulos para treinar.
O mesmo estudo também mostrou que 46% dos jovens dizem ter bom conhecimento sobre exercícios e condicionamento físico, enquanto 62% se exercitam pelo menos duas vezes por semana. Apenas 3% afirmaram não realizar nenhuma atividade.
Mais investimentos em saúde e performance
Os dados do estudo britânico também revelam um aumento nos gastos da Geração Z com bem-estar e fitness.
Ao todo, 53% dos entrevistados afirmaram que passaram a investir mais em aplicativos ou assinaturas voltadas à saúde do que no ano anterior.
Fora os custos fixos, 22% disseram priorizar os gastos com saúde e preparo físico, à frente de áreas como moda e entretenimento.
No total, 64% afirmaram gastar até £50 mensais (aproximadamente 310 reais) com atividades ligadas ao fitness, enquanto 22% relataram investimentos superiores.
O interesse pelos esportes competitivos, nesse sentido, vai além da prática: ele envolve também um compromisso financeiro com o autocuidado e a performance.
No Brasil, o estudo da Brain Inteligência Estratégica reforça esse panorama: 69% dos jovens da Geração Z acreditam que poderiam treinar com mais frequência se tivessem mais tempo livre. A falta de tempo, aliás, é apontada por 66% como o principal obstáculo.
Diferenças entre gerações mostram perfis distintos
Enquanto a Geração Z revela um perfil altamente competitivo, os Baby Boomers (com idades entre 60 e 80 anos) demonstram consistência e dedicação de longa data.
Nesse grupo, 69,1% praticam atividades físicas há mais de 11 anos, e cerca de 30% participaram de ao menos 12 eventos esportivos só em 2024.
Além disso, os Baby Boomers são os que mais treinam durante a semana, com frequência de cinco a seis dias.
Porém, à medida que a idade avança, o foco competitivo vai cedendo espaço para objetivos como saúde, longevidade e qualidade de vida.
Os Millennials (ou Geração Y), com idades entre 30 e 45 anos, apresentam um perfil mais equilibrado.
Para eles, a prática esportiva envolve tanto o bem-estar físico quanto o convívio social e o desempenho — um ponto de equilíbrio entre o espírito competitivo da Geração Z e a regularidade disciplinada dos Boomers.