Endometriose atinge 7 milhões de brasileiras e ainda enfrenta desafios no diagnóstico
Vários brasileiras sofrem dessa doença, que causa dor pélvica em órgãos próximos do útero, como bexiga, ovários e reto, além de causar infertilidade.

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A endometriose, doença que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil, apresenta dois principais impactos na vida das pacientes: a dor intensa e a infertilidade.
A dor pélvica, frequentemente causada por infiltrações em órgãos próximos ao útero — como bexiga, reto, ovários ou trompas de Falópio —, é um dos sintomas mais comuns e pode ser extremamente debilitante.
“Por outro lado, a infertilidade também é um sintoma grave da endometriose. Embora algumas mulheres não sintam dor intensa, elas enfrentam dificuldades para engravidar e o diagnóstico da doença vem, muitas vezes, quando a mulher apresenta a dificuldade em conceber”, explica Ricardo de Almeida Quintairos.
Por ser uma condição inflamatória, a endometriose pode ter seus sintomas aliviados com mudanças no estilo de vida.
Praticar atividades físicas regularmente, manter o peso sob controle, beber bastante água e evitar alimentos inflamatórios — como carnes em excesso e produtos com muito açúcar — são medidas que contribuem para melhorar a qualidade de vida. Adotar uma alimentação equilibrada e anti-inflamatória também faz parte das estratégias recomendadas.
“O tratamento da endometriose deve sempre começar com uma abordagem clínica, o que pode incluir melhorar a dieta ou usar hormônios que inibem a ovulação. Caso o controle da dor e a melhora na qualidade de vida não sejam alcançados, e a paciente continue sofrendo com os sintomas, o tratamento cirúrgico pode ser considerado. A decisão de partir para a cirurgia depende da localização da endometriose, seja no intestino, no peritônio, nos nervos ou nos ovários”, conta Dr. Quintairos.
Um dos grandes desafios no combate à endometriose ainda é o diagnóstico tardio. Muitas mulheres só descobrem a doença em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e pode causar sequelas permanentes.
“Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais eficaz será o tratamento, evitando que a paciente desenvolva sequelas irreversíveis, como dores crônicas e dificuldades digestivas. O diagnóstico precoce é crucial não apenas para identificar a doença, mas também para impedir que ela se torne grave, minimizando os danos secundários”, comenta o ginecologista.
Além do diagnóstico precoce, o médico destaca a importância da formação de profissionais de saúde e da conscientização das mulheres sobre a doença.
“O objetivo é que as mulheres possam procurar ajuda de forma espontânea e, com isso, reduzir o impacto da endometriose em suas vidas”, finaliza o médico.
“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”