Infertilidade

Endometriose atinge 7 milhões de brasileiras e ainda enfrenta desafios no diagnóstico

Vários brasileiras sofrem dessa doença, que causa dor pélvica em órgãos próximos do útero, como bexiga, ovários e reto, além de causar infertilidade.

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João Victor Maimone

Publicado em 30/04/2025 às 17:00
Mulher morena tocando o abdômen dolorido, sentindo uma forte dor de estômago, em pé contra um fundo cinza no estúdio. Jovem sofrendo com inflamação estomacal. Gastrite e dor abdominal. - Freepik

A endometriose, doença que afeta cerca de 7 milhões de mulheres no Brasil, apresenta dois principais impactos na vida das pacientes: a dor intensa e a infertilidade.

A dor pélvica, frequentemente causada por infiltrações em órgãos próximos ao útero — como bexiga, reto, ovários ou trompas de Falópio —, é um dos sintomas mais comuns e pode ser extremamente debilitante.

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“Por outro lado, a infertilidade também é um sintoma grave da endometriose. Embora algumas mulheres não sintam dor intensa, elas enfrentam dificuldades para engravidar e o diagnóstico da doença vem, muitas vezes, quando a mulher apresenta a dificuldade em conceber”, explica Ricardo de Almeida Quintairos.

Por ser uma condição inflamatória, a endometriose pode ter seus sintomas aliviados com mudanças no estilo de vida.

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Praticar atividades físicas regularmente, manter o peso sob controle, beber bastante água e evitar alimentos inflamatórios — como carnes em excesso e produtos com muito açúcar — são medidas que contribuem para melhorar a qualidade de vida. Adotar uma alimentação equilibrada e anti-inflamatória também faz parte das estratégias recomendadas.

“O tratamento da endometriose deve sempre começar com uma abordagem clínica, o que pode incluir melhorar a dieta ou usar hormônios que inibem a ovulação. Caso o controle da dor e a melhora na qualidade de vida não sejam alcançados, e a paciente continue sofrendo com os sintomas, o tratamento cirúrgico pode ser considerado. A decisão de partir para a cirurgia depende da localização da endometriose, seja no intestino, no peritônio, nos nervos ou nos ovários”, conta Dr. Quintairos.

Um dos grandes desafios no combate à endometriose ainda é o diagnóstico tardio. Muitas mulheres só descobrem a doença em estágios avançados, o que dificulta o tratamento e pode causar sequelas permanentes.

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“Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais eficaz será o tratamento, evitando que a paciente desenvolva sequelas irreversíveis, como dores crônicas e dificuldades digestivas. O diagnóstico precoce é crucial não apenas para identificar a doença, mas também para impedir que ela se torne grave, minimizando os danos secundários”, comenta o ginecologista.

Além do diagnóstico precoce, o médico destaca a importância da formação de profissionais de saúde e da conscientização das mulheres sobre a doença.

“O objetivo é que as mulheres possam procurar ajuda de forma espontânea e, com isso, reduzir o impacto da endometriose em suas vidas”, finaliza o médico.

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