Notícia
Creatina causa calvície? Especialista explica os efeitos do suplemento
Cerca de 95% da creatina do corpo é armazenada nos músculos, onde atua na produção de energia em treinos intensos e de curta duração.
Clique aqui e escute a matéria
A creatina ganhou, nos últimos anos, popularidade no meio da musculação e esportivo como um suplemento alimentar que entrega um resultado satisfatório aos usuários.
Apesar de ser bastante usada e bem falada entre os consumidores, a creatina ainda gera certas dúvidas, principalmente a respeito e seus possíveis efeitos colaterais. Uma das dúvidas mais recorrentes é: “Creatina causa queda de cabelo?”
A possível relação entre creatina e queda de cabelo ganhou visibilidade em 2009, após um estudo da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul.
Na pesquisa, 20 jogadores de rúgbi que usaram creatina apresentaram aumento nos níveis de DHT (dihidrotestosterona), hormônio associado à calvície hereditária (alopecia androgenética).
Contudo, de acordo com especialistas e estudos científicos, a resposta exige uma análise mais cuidadosa e livre de sensacionalismo.
CEO da Cabeloz e referência nacional em saúde capilar, a doutora Danielle Gitti esclarece essa dúvida de maneira responsável e técnica.
“É importante destacar que esse foi um único estudo, com uma amostra muito pequena, e que não houve relato direto de queda de cabelo durante o experimento. O que se observou foi um leve aumento de DHT em alguns participantes – o que por si só não é suficiente para afirmar que a creatina causa calvície”, explica a Dra. Danielle Gitti.
Depois do estudo feito em 2009, nenhuma outra pesquisa científica foi capaz de replicar tal resultado ou de demonstrar conexões direta entre creatina e perda capilar.
Mas, afinal, creatina causa calvície?
Não existem provas científicas concretas de que a creatina cause calvície em indivíduos saudáveis, segundo Danielle Gitti.
“A creatina não altera diretamente o ciclo capilar e tampouco danifica os folículos pilosos. O que pode ocorrer, em indivíduos geneticamente predispostos à calvície androgenética, é uma possível aceleração do processo, caso haja aumento significativo de DHT — mas mesmo isso é algo ainda discutível”, afirma.
É importante salientar que a alopecia androgenética é uma condição genética. Fatores como estresse, má alimentação, doenças autoimunes e uso de anabolizante causam mais impacto na perda de cabelo do que a creatina.
O que diz a ciência sobre creatina e queda de cabelo
De acordo com a International Society of Sports Nutrition (ISSN), em posicionamento de 2023, a creatina é segura, eficaz e não há evidências de que provoque queda de cabelo em pessoas saudáveis.
Uma revisão publicada na revista Clinical Nutrition ESPEN em 2024 reforça essa conclusão, afirmando que não há associação estatisticamente significativa entre o uso de creatina e alterações hormonais clinicamente relevantes.
Queda de cabelo: quando investigar
Se você percebeu queda de cabelo após começar a usar creatina, é importante considerar outros fatores, como:
- Histórico familiar de calvície
- Alterações hormonais
- Deficiências nutricionais
- Estresse ou uso de medicamentos
Segundo a Dra. Danielle Gitti, “a queda de cabelo é multifatorial. Antes de qualquer diagnóstico, avaliamos exames laboratoriais e o couro cabeludo com equipamentos específicos.”
Pode usar creatina com segurança?
Sim! Para a maioria das pessoas saudáveis, a creatina não causa queda de cabelo. O mito surgiu a partir de um único estudo, que nunca foi comprovado por novas pesquisas.
A Dra. Danielle orienta: “Se você notar queda capilar, procure ajuda profissional para investigar a causa real, sem interromper o uso do suplemento sem necessidade.”
Dica da especialista
Quem está começando a suplementar creatina pode proteger a saúde capilar com medidas simples:
- Faça uma avaliação tricólogica
- Acompanhe os níveis hormonais com exames
- Evite excesso de suplementos
- Mantenha uma rotina de cuidados com couro cabeludo e fios
10 sinais de que o CANSAÇO pode ser SÍNDROME DE BURNOUT
“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”