Como curtir o Carnaval com segurança e prazer? Dicas essenciais sobre o uso da camisinha
Sexóloga e psicóloga cognitivo-comportamental dá dicas sobre o uso da camisinha e o que fazer em situações que alguém se recusa a usar
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Carnaval é sinônimo de alegria e liberdade, mas, no meio da diversão, é importante não esquecer da segurança.
Laís Melquíades, psicóloga cognitivo-comportamental, terapeuta de indivíduos e casais, especialista em sexualidade e relacionamentos, dá dicas valiosas sobre o uso da camisinha e como lidar com situações em que alguém se recusa a usar.
Durante o Carnaval, as pessoas tendem a se deixar levar pela emoção do momento, e, às vezes, detalhes importantes podem passar despercebidos.
Um dos mais essenciais é o uso da camisinha, que ainda é visto por alguns como um “inimigo” do prazer.
De acordo com a psicóloga e sexóloga Laís Melquíades, além do desconforto inicial que muitos sentem, existem fatores emocionais e sociais que tornam o uso do preservativo ainda mais desafiador.
Isso inclui o constrangimento na hora da compra ou o medo de pedir ao parceiro que o utilize.
“Quando um homem compra camisinha na farmácia, não há questionamento algum. Mas quando uma mulher faz o mesmo, ela é muitas vezes julgada como ‘fácil’ ou ‘desesperada’. Isso reflete uma mentalidade ultrapassada, onde a mulher deve se 'guardar' e o homem é visto como quem deve explorar sua sexualidade", explica Laís.
Como resultado, muitas mulheres evitam ter preservativos à mão, ou até sentem vergonha de comprá-los, o que pode levar a decisões impulsivas durante o sexo.
Além disso, pedir para usar camisinha pode ser desconfortável, pois algumas pessoas temem que o parceiro reaja negativamente, se sinta desconfiado ou até se torne agressivo.
“Em muitos casos, as pessoas cedem ao sexo sem proteção para evitar brigas ou situações embaraçosas. Isso é uma forma de abuso silencioso, onde a pessoa sente que precisa abrir mão da sua segurança para manter o clima ou agradar o outro”, comenta Laís.
Como abordar o uso da camisinha durante a folia?
Laís ressalta que o Carnaval pode ser leve e divertido, mas é fundamental estar preparado para se proteger.
A dica da sexóloga é simples: sempre tenha uma camisinha por perto, seja no bolso ou na pochete, para evitar a necessidade de correr atrás dela no momento crucial.
“O álcool, presente nas festas de Carnaval, pode ajudar a perder a vergonha, mas também prejudica a percepção. O famoso ‘se não lembro, não fiz’ já não é mais desculpa. Além de ter a camisinha, é essencial observar o outro. A pessoa está realmente presente na escolha ou já está fora de controle? O respeito é fundamental, porque consentimento não é apenas dizer ‘sim’ – é estar em condições de dizer ‘sim’”, orienta a psicóloga.
Além disso, Laís enfatiza que o sexo não se resume à penetração. Se o clima estiver bom, e houver vontade de continuar, pode-se sempre trocar números e marcar outro encontro.
O que importa é aproveitar o momento com segurança e respeito, sem preocupações para o dia seguinte.
O que fazer quando alguém se recusa a usar a camisinha?
Se alguém se recusar a usar preservativo, isso vai além de uma simples preferência. A sexóloga alerta que, nesse caso, há uma violação de um limite importante. Manipulações emocionais como "mas eu te amo", "confia em mim" ou "só dessa vez" podem parecer sutis, mas são tentativas de convencer a outra pessoa a abrir mão de seu direito de se proteger.
Laís também destaca que, em alguns casos, a tensão do momento pode afetar a excitação. "Se a atenção se desviar para questões como abrir a camisinha e colocá-la, pode haver uma leve desaceleração na excitação. Quando isso acontecer, não entre em pânico. Pensar ‘vou perder a ereção?’ só vai aumentar a ansiedade e afetar o prazer", alerta.
A escolha da camisinha certa
A sexóloga também comenta que a escolha da camisinha faz toda a diferença. Existem várias opções em tipos, tamanhos e espessuras, e o erro na escolha pode interferir na sensação.
O segredo é testar e encontrar uma que se ajuste bem e ofereça conforto.
Laís também explica que o medo de a camisinha rasgar ou não funcionar é uma fonte de ansiedade, o que pode gerar mais tensão durante o ato.
“Essa ansiedade só piora a situação. Sexo não é uma prova de habilidade, mas uma conexão. Relaxe, curta o momento e permita que o corpo leve você ao prazer. A mente precisa ser aliada, não um obstáculo”, finaliza a psicóloga.
“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”