Sexo na Terceira Idade: 7 dicas para superar tabus e ter uma vida sexual saudável e prazerosa

Crenças como a falta de prazer entre os idosos são alguns dos estereótipos; médica explica como estimular a sexualidade durante o envelhecimento

Publicado em 16/12/2024 às 15:41
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A Terceira Idade é cercada por crenças que nem sempre são verdadeiras.

Para a faixa etária de 60 anos ou mais, que representava cerca de 10,9% da população brasileira, segundo o Censo do IBGE de 2022, existe a ideia de incapacidade para o trabalho, lazer e prazer.

No que diz respeito à sexualidade, esse é um dos temas que mais desperta tabus e estereótipos, principalmente devido às transformações corporais durante o envelhecimento.

“As mudanças físicas e hormonais, como a diminuição da testosterona nos homens e a menopausa nas mulheres, podem reduzir a libido e afetar a função sexual, como disfunção erétil ou secura vaginal. No entanto, é possível contornar esses desafios”, explica a profissional da área de Geriatria e Clínica Médica do AmorSaúde, Haydeia Leite Ciraulo.

Apesar dessas transformações, existem maneiras e tratamentos que ajudam os idosos a exercer sua sexualidade sem intercorrências ou tabus.

Principais mitos e tabus

Quando se fala em sexualidade na Terceira Idade, é comum a crença de que idosos não têm ou não sentem prazer. De acordo com a médica, essa ideia é um dos muitos mitos que cercam o tema.

“A sexualidade pode ser mantida ativa e prazerosa na terceira idade. Além disso, existe o tabu de que os idosos não têm mais capacidade de reprodução ou desejo sexual, o que ignora a diversidade de experiências de vida sexual ativa na terceira idade”, salienta.

Ciraulo acrescenta que essas ideias no imaginário popular são reforçadas por acreditar-se que a sexualidade está atrelada somente à juventude. “O prazer sexual não tem idade. Embora os corpos mudem com o tempo, o prazer está ligado a fatores emocionais, psicológicos e físicos que podem ser mantidos em qualquer fase da vida”, pontua.

Tratamento e medicações

Mesmo com as mudanças fisiológicas, existem tratamentos médicos que auxiliam na libido e na lubrificação, como reposição hormonal e medicamentos para disfunção erétil.

A profissional do AmorSaúde também indica o uso de lubrificantes e outros tratamentos para aliviar a secura vaginal.

“Para a disfunção erétil, é importante que o médico avalie a causa subjacente (como problemas cardiovasculares) antes de prescrever qualquer tratamento. No caso da reposição hormonal, também é essencial considerar os riscos e benefícios, pois nem todos os idosos são candidatos adequados. O acompanhamento médico é fundamental para garantir a segurança e eficácia desses tratamentos”, explica.

Ainda sobre essa questão, Ciraulo acrescenta que a supervisão médica é indispensável, pois a recomendação não é para todos os idosos, já que podem ter efeitos colaterais ou interações com outros medicamentos.

Dicas para manter a saúde sexual

Além dos tratamentos médicos, é possível incorporar outros hábitos ou meios para manter a saúde sexual na Terceira Idade e evitar possíveis disfunções ou problemas com a lubrificação vaginal, conforme aponta a médica.

1. Saúde física

O conjunto de atividades físicas regulares e alimentação balanceada é benéfico para o idoso, pois melhora a saúde cardiovascular e hormonal, controla o sobrepeso e reduz as chances de desenvolver obesidade.

2. Tabagismo e álcool

O abuso dessas substâncias interfere diretamente na circulação e na função sexual;

3. Comunicação

Segundo Ciraulo, falar abertamente com o parceiro sobre as expectativas e desejos auxilia na melhora da experiência sexual para ambos. Os medos e as inseguranças também podem ser compartilhados de forma respeitosa, empática, acolhedora e sem julgamentos;

4. Experimentação

Uma das estratégias para estimular e aproveitar a sexualidade é experimentar novas formas de prazer e intimidade, adaptadas às mudanças do corpo;

5. Saúde emocional

Além da parte física, é essencial o cuidado com o emocional. De acordo com a médica, sentimentos de ansiedade, depressão ou baixa autoestima podem diminuir o desejo sexual.

“A autoestima, especialmente à medida que envelhecemos, está diretamente relacionada à libido, pois pessoas que se sentem confortáveis e confiantes com seu corpo tendem a ter uma vida sexual mais satisfatória”, destaca;

6. Ajuda profissional

Seja no âmbito físico ou emocional, buscar apoio de profissionais auxilia na manutenção de uma vida sexual plena ao longo do envelhecimento;

7. Educação sexual

Ciraulo ressalta a importância da educação sexual também entre os idosos, principalmente para prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Mesmo durante a Terceira Idade, o uso de preservativos e lubrificantes deve ser incentivado. Além disso, ela aponta que, por meio da educação sexual, é possível desmistificar certas crenças e fornecer informações sobre como lidar com as mudanças físicas e emocionais relacionadas ao envelhecimento.

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