Quem usa o ChatGPT com frequência já percebeu um padrão: ao pedir algo como “me explique sobre tal assunto”, a resposta vem cheia de definições, contexto e boas intenções — mas com pouco uso prático. Você termina de ler com a sensação de que entendeu… mas ainda não sabe exatamente o que fazer. Isso acontece porque o modelo tende, por padrão, a ser didático. Ele começa com conceitos, generalizações e frases de apoio, mesmo quando você está pedindo algo que deveria ir direto ao ponto.
É aí que uma frase simples muda tudo: “quero um exemplo prático, não um resumo.” Esse comando faz o ChatGPT reorganizar sua lógica de resposta. Em vez de priorizar a explicação, o modelo foca na aplicação. Ou seja, ele para de ensinar e começa a demonstrar. Sai do piloto automático.
O mais interessante é que esse tipo de ajuste não exige que você reescreva todo o prompt — basta adicionar essa orientação no final. É como mudar o modo de funcionamento da ferramenta com um clique invisível. Se você sente que está recebendo respostas genéricas demais, essa é uma das formas mais eficazes de dar clareza e objetividade ao que você quer.
O que essa frase ativa na prática
1. Corte de redundâncias
Sem o comando, é comum que o modelo repita partes da explicação de forma redundante, para “reforçar o entendimento”. Com o pedido por exemplo prático, essas repetições caem — e o texto fica mais direto.
2. Formato mais aplicável
O modelo começa a estruturar a resposta como se estivesse entregando um conteúdo pronto para uso: uma bio, um post, um e-mail, um pitch. Ou seja, em vez de te explicar o que é um pitch, ele entrega um.
3. Menos teoria, mais execução
Você passa a ver respostas que podem ser copiadas, adaptadas e coladas, em vez de frases que só funcionam como explicação de fundo.
Exemplo: antes e depois
Prompt genérico:
“Escreva um post de LinkedIn sobre o valor da escuta ativa.”
Resposta (piloto automático):
“A escuta ativa é uma habilidade essencial no ambiente profissional. Saber ouvir gera confiança, melhora relacionamentos e reduz conflitos. Praticá-la exige empatia, atenção plena e disposição para compreender o outro.”
Prompt ajustado:
“Escreva um post de LinkedIn sobre escuta ativa. Quero um exemplo prático, não um resumo.”
Resposta com aplicação:
“Ontem, numa reunião, eu calei. Deixei o cliente falar por 12 minutos sem interromper. No final, ele disse: ‘só de ser ouvido, já me sinto atendido’. Escuta ativa não é sobre técnica, é sobre intenção. Você escuta para responder ou para compreender?”
Quando usar esse comando
Você pode aplicar essa orientação em qualquer tipo de conteúdo, especialmente quando quiser:
Um post completo e direto para redes sociais: “Quero um exemplo prático de post sobre posicionamento de marca, não um resumo.”
Uma resposta personalizada para usar em atendimento ao cliente: “Quero um exemplo de como responder isso com empatia e firmeza, não uma explicação.”
Uma introdução de palestra, aula ou vídeo: “Crie uma abertura de palestra sobre inovação que prenda atenção logo nos primeiros segundos. Exemplo prático, não resumo.”
Textos curtos que exijam impacto: “Quero 3 frases de efeito sobre autenticidade. Nada de explicação, só exemplos práticos.”
Outras variações que funcionam bem
Você também pode variar a frase mantendo a mesma lógica:
- “Mostre, não explique.”
- “Quero ver como isso funciona na prática.”
- “Dê um exemplo, não uma definição.”
- “Me dê a versão aplicável, como se fosse usar agora.”
- “Escreva como se fosse para colar direto no LinkedIn.”
Essas versões ajudam o modelo a entender que você quer execução, não apenas teoria.
Por que isso realmente funciona?
Porque o ChatGPT responde melhor quando você diz o como e o para quê. Ao pedir um “exemplo prático”, você define o formato da resposta.
Ao dizer “não um resumo”, você elimina o que não quer. Essa dupla orientação dá nitidez ao modelo, que então estrutura a resposta com foco em entrega — e não em explicação.