As novelas de Manoel Carlos foram marcadas pelas Helenas que fizeram história na teledramaturgia brasileira.
A questão de todas as novelas carregarem como protagonistas o mesmo nome não tem a ver com histórias pessoais, mas ele revelou o por que escolheu “Helena” para suas protagonistas.
O programa Tributo a Manoel Carlos, exibido pela Globoplay desde o dia 14, retrata o porquê essa questão é explorada.
No programa, diretores, atores e o autor comentam suas experiências com as tramas que fizeram sucesso na Rede Globo, como: Por Amor (1997), Laços de Família (2000) e Mulheres Apaixonadas (2003).
Manoel Carlos, que completou 91 anos na última quinta-feira (14), está com a saúde debilitada e por esse motivo não participou da gravação.
Entretanto, são mostrados depoimentos antigos do autor sobre suas escolhas do ofício.
Segundo a explicação de Maneco sobre suas “Helenas” , ele destaca: Helena é apenas um nome que eu acho mais apropriado a um personagem do que a uma pessoa real".
"Talvez porque eu sempre gostei de mitologia. A Helena mitológica é fantástica. E aquela história toda da Helena de Tróia ter sido uma mulher raptada, casada com o raptor, divorciada e voltou a viver com o marido depois de separar.”, falou o autor.
Vindo da mitologia grega, Helena é considerada uma mulher belíssima e cheia de pretendentes.
Ela se casou com o Rei de Esparta. Após isso, ela foi raptada por Pária, filho de Tróia.
Essa atitude acabou causando uma guerra de 10 anos, ocasionada pelo motivo do resgate de Helena, assim como objetivos financeiros.
Depois que a estratégia foi utilizada, o que ficou conhecido como o cavalo de Tróia, Helena foi colocada novamente para Esparta, voltando a viver com Menelau até a sua morte.
Além disso, Maneco contou que sempre quis colocar suas “Helenas” em algo obscuro. Todas elas escondiam um segredo.
"[As Helenas das novelas são] Mulheres infelizes no amor e também mulheres que gostam ou não sabem viver de outra maneira, de trapacear. Escondem sempre alguma coisa que elas não conseguem revelar aos filhos, ao marido", afirmou ele.
Maneco ainda acrescentou que sempre gostou de escrever personagens femininos: “Sempre achei e continuo achando que a mulher move o mundo. Na mulher está tudo. É mais fácil pra mim escrever sobre mulheres porque as mulheres falam as coisas. O homem não confessa que é traído. Uma mulher reúne as amigas dela, diz que o marido tem uma amante, e choram todas juntas. Então acho que as mulheres têm mais assunto", declarou ele.