A primeira resposta que o ChatGPT oferece nem sempre é a melhor. E muitas vezes, o problema não está na inteligência artificial, mas no jeito como você conversa com ela. Em vez de extrair ideias com profundidade, a maioria dos usuários acaba recebendo versões diluídas e previsíveis de conteúdo, recheadas de frases como “de modo geral”, “é importante lembrar que” ou “vale destacar que cada caso é único”.
São respostas que soam como uma mistura de Wikipédia, post de blog genérico e tentativa educada de agradar. Mas há um caminho simples — e poderoso — para sair desse lugar-comum: ajustar a maneira como você dá o comando.
A diferença entre uma resposta rasa e uma resposta realmente útil costuma estar em três fatores: o foco, o papel e o objetivo embutido no prompt. Quando você sinaliza com clareza o que quer (e como quer), o ChatGPT sai do automático. Ele para de entregar respostas de prateleira e passa a montar conteúdo sob medida, com mais consistência, raciocínio lógico e até nuances.
A seguir, veja quatro comandos fáceis de aplicar — e que mudam drasticamente o resultado da conversa:
1. “Quero um exemplo prático, não um resumo”
Pedir um resumo é pedir o óbvio. Mas pedir um exemplo prático força a IA a escolher um cenário, aplicar conceitos e articular a resposta como alguém que de fato entende do tema. Funciona especialmente bem para assuntos técnicos, criativos ou com implicações reais. O comando estimula o ChatGPT a mostrar o “como” — e não apenas o “o quê”.
Use em prompts como: “Me dê um exemplo prático de como aplicar o conceito de antifrágil em uma empresa pequena.”
2. “Aja como se fosse um especialista em…”
Essa instrução simples muda o tom, o vocabulário e até a perspectiva da resposta. Quando você diz “aja como um estrategista de marcas” ou “responda como se fosse um psicólogo clínico”, o ChatGPT ativa um modo de raciocínio que busca coerência com a autoridade daquele papel. O resultado é mais técnico, direto e argumentativo — como se viesse de uma consultoria.
Use em prompts como: “Aja como um especialista em UX e me explique o que está errado nessa interface.”
3. “Crie uma estrutura em tópicos para…”
Nem sempre você precisa do conteúdo finalizado. Às vezes, o que você quer é clareza. Esse tipo de prompt força o modelo a organizar as ideias como faria um redator experiente, um roteirista ou um planejador. Você pode, depois, pedir para expandir cada ponto. É o tipo de comando que transforma brainstorming em plano de ação.
Use em prompts como: “Crie uma estrutura de 4 partes para um post que venda um curso de inglês online.”
4. “Compare duas abordagens diferentes sobre…”
Se você quer que o ChatGPT pare de repetir fórmulas e comece a refletir, peça uma comparação. Esse tipo de pedido ativa o modo analítico do modelo e faz com que ele revele diferenças, vantagens e desvantagens entre duas opções. É um caminho rápido para sair do senso comum e enxergar o que realmente importa.
Use em prompts como: “Compare o tom de marca da Netflix com o da HBO.”