"Extermínio: A Evolução" fecha bem a saga, mas introduz próxima trilogia de forma tediosa

*Esta matéria contém spoilers

O longa-metragem "Extermínio: A Evolução", dirigido pelo vencedor do Oscar Danny Boyle e escrito por Alex Garland, chega às telonas em uma narrativa pós-apocalíptica, com certa dose de suspense e questões morais colocadas à tona. 

Com estreia prevista para 19 de junho em todos os cinemas brasileiros e classificação indicativa para maiores de 18 anos, o filme mostra uma comunidade afastada do continente, em prol de sobrevivência, em um mundo no qual zumbis tomaram o lugar dos humanos.

Após três décadas desde que um vírus escapou de laboratórios médicos e infectou a população, as pessoas se reinventaram e saem em missões para explorar o antigo território.

Quando um grupo precisa sair da área de segurança, eles descobrem novos horrores e mutações que, não só atingiram os infectados, mas os sobreviventes.

O elenco conta com Ralph Fiennes, Aaron Taylor-Johnson, e Jodie Comer.

Um encerramento com gosto de quero mais

O longa-metragem traz a vida comum, em meio a quarentena do vírus, de Spike (Alfie Williams), uma criança de 12 anos que tem a oportunidade de sair na primeira missão junto ao pai, Jamie (Aaron Taylor-Jonhson). 

Em uma sociedade afastada do continente, localizada em uma ilha, as crianças são ensinadas e treinadas desde cedo para matar no intuito de se proteger. É com esse pensamento que Jamie leva o filho Spike para fora dos portões seguros da comunidade, ensinando-o como acabar com os infectados.

Na missão, os dois passam por treinamentos comuns, mas são surpreendidos quando dão de cara com um zumbi Alfa, líder do bando, que atrai uma horda em direção a eles. Escondidos, Spike percebe que o pai esconde segredos que poderiam ajudar a mãe doente, Isla (Jodie Comer), a sobreviver. 

Quando voltam ao acampamento, o menino discute com o pai e parte em uma missão com a mãe em busca de um famoso médico, dr. Kelson (Ralph Fiennes), para conseguir tratamento ou alguma forma para ela viver.

Apesar de "Extermínio: A Evolução" ser o tão aguardado encerramento da franquia de thriller, não é uma sequência direta dos dois filmes dos anos 2000. Por se passar três décadas depois do original, o longa-metragem traz elementos já conhecidos, mas não é um pré-requisito conhecer a história para entender o que se passa.

E um desses elementos é Cillian Murphy, que, por mais que não esteja dentro do elenco, teve o crédito de produtor executivo do filme, o que fez total diferença para manter a essência das antigas narrativas.

No quesito direção, Danny Boyle faz um trabalho que não foge muito do comum dos filmes de terror, mas traz um lado mais humano em uma história que se espera apenas morte, gore e zumbis a todo instante.

Como Boyle também dirigiu os últimos dois longas da saga, é mais fácil de sentir-se familiarizada com "Extermínio: A Evolução", mesmo após vinte anos da estreia do primeiro.

Por mais que seja um encerramento, o filme traz um gosto de continuação. E não é à toa que já foram confirmados mais três filmes dentro do mesmo universo. 

Um ponto a ser ressaltado é como Alfie Williams conseguiu se destacar em meio a tantos nomes de peso dentro do filme. Por ter apenas 14 anos e ser o primeiro filme da carreira, e ainda como protagonista, o ator mirim fez um ótimo trabalho.

Não existe palavras para descrever como Ralph Fiennes é um ator brilhante e consegue levantar qualquer narrativa. Pode até não ser uma peça chave para a história, mas nos 20 minutos em que o médico apareceu, ele roubou a cena.

O mesmo com Aaron Taylor-Johnson e Jodie Comer: tudo o que já é esperado. Apesar de, muitas vezes, roteiros de filmes de zumbi serem batidos e maçantes, o elenco trouxe uma boa particularidade ao longa-metragem.

Dizem que o corpo de atores salvam um filme e esse, com certeza, é um deles. Não teria o mesmo impacto se fossem com pessoas diferentes.

"Extermínio: A Evolução" é uma boa conclusão/gancho para outra trilogia, mas poderia ser algo mais surpreendente, algo que fizesse o espectador esperar por mais. Não apenas por ter um final em aberto, e sim por curiosidade e vontade de acompanhar os próximos filmes.

Confira o trailer: