Exposição coletiva "Raízes Vivas – Memórias Ancestrais" chega ao Recife nesta sexta (13)
O coletivo de mais de 30 artistas explora a ancestralidade como força viva na exposição, como um mergulho profundo nas camadas do tempo

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A ancestralidade ganha forma, cor e voz a partir desta sexta-feira, 13 de junho de 2025, com a abertura da exposição coletiva "Raízes Vivas – Memórias Ancestrais", na Galeria Raiz, do Coletivo Raiz. A mostra promete um encontro potente entre arte, memória e identidade, com expografia assinada por Dani Figueirôa.
Reunindo obras de mais de 30 artistas, o objetivo é propor um mergulho sensível e profundo nas múltiplas camadas do tempo.
A proposta é tratar a ancestralidade não como algo fixo no passado, mas como um fluxo contínuo que atravessa gerações e histórias, dialogando com os primeiros registros da humanidade e chegando até as construções identitárias dos dias atuais.
O professor e artista Heleno Neves, é um dos primeiros a chegar no Coletivo e conta que o surgimento se deu por uma junção de vários artistas a partir de um projeto que aconteceu no Museu do Estado com Ana Veloso, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
"A gente, nesse desejo todo de conhecer e produzir arte no Recife, resolveu fazer uma reunião e estamos aqui hoje com 40 artistas produzindo, divulgando arte na cidade, trabalhando com oficinas e no ateliê coletivo", comenta Heleno.
"Quando você chega aqui na Galeria Raiz, você conhece os artistas. Eles estão aqui, trabalhando, atendendo, produzindo, montando, fazendo a expografia, trazendo a exposição para o povo todo. E eu acho que é isso: dentro do Recife, precisava de um espaço como esse, que é o Coletivo Raiz", finaliza.
O ambiente da galeria é mais do que um local expositivo, é um espaço vivo, onde a arte é feita em tempo real, em diálogo direto com o público. O Coletivo se firma como um ponto de encontro para a criação, a troca de saberes e a valorização das raízes culturais pernambucanas.
"O nosso objetivo com esta exposição é trazer ao tempo o que cada artista pensa sobre sua ancestralidade, ou sobre os elementos ancestrais que o tocaram e o transformaram dentro do coletivo. Somos 36 artistas participantes, de um total de 39 sócios do grupo, e nos reunimos com a intenção de provocar emoção nas pessoas por meio dos temas e das narrativas presentes em cada obra", explica Zélito Passante, diretor e presidente do Coletivo Raiz.
Zélito conta que cada quadro e cada tema apresentado na exposição carrega uma memória ou vivência ancestral que se revela de forma única.
Ele destaca ainda que, em todas as exposições realizadas pelo coletivo, há sempre a presença de um artista convidado. Nesta edição, por exemplo, quem se junta ao grupo é um aluno autista da rede pública, Arthur Silva, do espaço social Valéria Vital.
A exposição pretende ser também um espaço de escuta e reconhecimento, onde memórias individuais e coletivas se entrelaçam, revelando raízes vivas que sustentam resistências, afetos e expressões culturais.
"Estou muito feliz por estarmos neste espaço social, nesta galeria, cercados por grandes artistas pernambucanos. Estou muito orgulhosa do Arthur, por ele estar ao lado de nomes tão importantes da arte em Pernambuco. Isso é incrível e certamente vai contribuir de forma significativa para o desenvolvimento dele. A arte tem sido uma ferramenta essencial para ele vencer os desafios do autismo, e é por isso que eu acredito que estamos no lugar certo", afirma Raquel Mendonça, mãe de Arthur, que o representava no momento da exposição.
"Raízes Vivas – Memórias Ancestrais" segue em cartaz na Galeria Raiz nas semanas seguintes, na Galeria Raiz, localizada na Rua da Moeda, 71, Térreo, Recife Antigo. A mostra poderá ser visitada de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 13h às 18h. A entrada é gratuita.