Só tem celebridade no samba? Conheça as escolas onde a rainha de bateria é da comunidade

Enquanto a escolha da Grande Rio por Virgínia à frente da bateria gera debate, outras escolas mantêm no trono rainhas da própria comunidade

Publicado em 23/05/2025 às 14:21 | Atualizado em 23/05/2025 às 14:34
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A coroação da influenciadora Virginia Fonseca como rainha de bateria da Grande Rio gerou uma onda de críticas por parte de sambistas, páginas especializadas em Carnaval e até celebridades.

A polêmica reacendeu um debate importante: a valorização, ou a falta dela, das mulheres das comunidades cariocas onde se localizam as sedes das escolas de samba.

Para muitos integrantes e apaixonados pela festa, a escolha de celebridades sem vínculo com o samba ou com as lutas históricas do povo negro, que construiu o Carnaval, é vista como um desrespeito à essência cultural da folia.

A Grande Rio é conhecida por apostar em nomes famosos ou em ascensão para o posto de rainha de bateria.

No entanto, outras agremiações fazem questão de que o cargo seja ocupado exclusivamente por mulheres negras da própria comunidade, reforçando laços e valorizando histórias de resistência e pertencimento.

O Social1 preparou uma lista com as escolas de samba do grupo especial cujas rainhas de bateria são moradoras e figuras ativamente envolvidas com suas respectivas comunidades. Confira:

Bianca Monteiro – Portela

Diego Mendes/Rio Carnaval
Bianca Monteiro - Diego Mendes/Rio Carnaval

Bianca Monteiro reina absoluta à frente da bateria da Portela desde 2017. Sua trajetória na azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira começou cedo: aos 13 anos, já brilhava na ala das passistas.

Seu talento e carisma chamaram do universo do samba, que a promoveu a princesa do Carnaval em 2015 e 2016.

Não demorou para que ganhasse o apelido de “Beyoncé do Samba”, unindo beleza, representatividade, presença de palco e muito samba no pé.

Mayara Lima – Paraíso do Tuiuti

Serginho Bittencourt/Rio Carnaval
Mayara Lima - Serginho Bittencourt/Rio Carnaval

O samba corre nas veias de Mayara Lima desde os 10 anos, quando começou sua jornada na Aprendizes do Salgueiro.

Aos 14, encontrou sua casa na Paraíso do Tuiuti, onde passou a integrar a ala de passistas. Com a ascensão da escola ao Grupo Especial, em 2017, Mayara virou destaque de chão.

Mas foi em 2022 que ela conquistou o Brasil: vídeos dela sambando com precisão impecável ao som da bateria viralizaram nas redes sociais. A coroação veio naturalmente — e hoje, além de reinar no Tuiuti, ela ensina famosas a arte do verdadeiro samba no pé.

Evelyn Bastos – Estação Primeira de Mangueira

Sad Coxa/Rio Carnaval
Evelyn Bastos - Sad Coxa/Rio Carnaval

Nascida e criada no Morro da Mangueira, Evelyn Bastos tem o samba no DNA.

Desde pequena, seguia os passos da mãe, Valéria Bastos, que também foi rainha de bateria da verde e rosa entre 1987 e 1989.

Evelyn começou como rainha da ala infantil em 2004 e, em 2014, assumiu o posto máximo à frente da bateria da Estação Primeira. Desde então, já ganhou dois carnavais: 2016 e 2019.

Lorena Raíssa – Beija-Flor de Nilópolis

DHAVID NORMANDO/Rio Carnaval
Lorena Raissa - DHAVID NORMANDO/Rio Carnaval

Na Beija-Flor, a comunidade sempre foi protagonista. A escola é a única do Grupo Especial que jamais colocou uma celebridade à frente da sua bateria.

A atual soberana é Lorena Raíssa, que assumiu o posto em 2023, sucedendo nomes icônicos como Raíssa de Oliveira e Sônia Capeta — todas filhas de Nilópolis, na Baixada Fluminense.

No Carnaval deste ano, Lorena foi campeã com a escola no emocionante enredo em homenagem a Laíla, eterno diretor de Carnaval da Beija-Flor, que sempre acreditou em seu potencial.

 

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