Espetáculo de valorização às mulheres negras e indígenas é apresentado no Agreste de Pernambuco

Criado pela artista pernambucana Marcela Rabelo, "Obirin-Kunhã – Dança Inflamada" encerra sua circulação estadual nesta quinta (15), em Garanhuns

Publicado em 14/05/2025 às 20:36
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Nesta quinta-feira (15/5), o Quilombo do Castainho, em Garanhuns, a 230 km do Recife, localizado no agreste de Pernambuco, recebe a última apresentação do espetáculo “Obirin-Kunhã – Dança Inflamada”, na sede da Associação Quilombola, a partir das 15h. A atividade é gratuita e encerra a circulação estadual do projeto, que passou por Recife, Olinda e Bezerros, reunindo dança, poesia e ancestralidade feminina.

Criado pela artista da dança Marcela Rabelo, o espetáculo é uma imersão nas mitologias afro-brasileiras e afro-indígenas, com movimentos inspirados em danças populares de Pernambuco, na dança afro e na dança contemporânea. Com duração de 30 minutos, a obra propõe uma reflexão sensível sobre o ser mulher a partir de uma perspectiva ancestral e crítica aos silenciamentos impostos pela colonização.

O título “Obirin-Kunhã” une duas palavras que significam "mulher": “Obirin”, na cultura iorubá, e “Kunhã”, do tronco linguístico tupi-guarani. A criação é baseada em itans — mitos e contos orais da tradição afro-brasileira — e nas poesias do autor França de Olinda (1955–2007), cuja escrita marginal e afrocentrada serve como inspiração para a dramaturgia do espetáculo.

A obra, que vai além do movimento corporal, também incorpora vídeos, imagens e poesia falada, criando um entrelaçamento sensorial que amplia as camadas narrativas da cena. A performance valoriza histórias de resistência feminina, saberes tradicionais e lideranças esquecidas ou pouco reconhecidas na história oficial.

A programação começou nesta quarta-feira (14/5), com a oficina “Dança Palavra-Movimento: Recontando Histórias”, oferecida das 13h às 16h30, também na Associação Quilombola do Castainho. A proposta da oficina é convidar os participantes a explorar suas próprias vivências e memórias por meio da escuta, da escrita e da movimentação do corpo.

Natural do Recife, Marcela Rabelo é artista da dança, brincante, professora, produtora cultural e pesquisadora. Há mais de 20 anos, atua na valorização das danças populares e já levou sua arte a países como Cuba, Argentina, Alemanha, Canadá e Estados Unidos. Integra o Maracatu Nação Pernambuco e a Cia de Dança Artefolia, além de ser idealizadora do projeto Corpoesia/Dança Inflamada e da Mostra Obirin-Kunhã de Dança, voltada exclusivamente a mulheres da dança e da cultura popular.

A circulação do espetáculo tem incentivo do Funcultura, Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco, com apoio da Prefeitura de Garanhuns, Secretaria de Cultura de Pernambuco, Fundarpe e parceria da Associação Quilombola do Castainho. A produção é assinada por Cris Galindo, com realização do coletivo Povo da Rua.

Serviço:

O quê: Espetáculo de valorização às mulheres negras e indígenas é apresentado no Quilombo do Castainho, em Garanhuns

Quando: Quinta-feira, dia 15/5

Onde: Associação Quilombola do Castainho, Garanhuns – PE

Horário: 15h

Quanto: Gratuito

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