A programação do Cinema da Fundação no Recife nesta semana (15 a 21) traz estreias nacionais marcadas por protagonismo feminino, resistência e renovação, além da exibição gratuita de um clássico pouco conhecido que influenciou produções como Frances Ha e Girls.
Na Sala Museu, o destaque é a estreia de Betânia, filme de Marcelo Botta selecionado para a mostra Panorama da 74ª edição do Festival de Berlim.
A trama acompanha o retorno de uma parteira de 65 anos ao seu povoado nos Lençóis Maranhenses, onde tradição e modernidade entram em choque. Ao deixar para trás uma vida simples e rural, Betânia e seus familiares embarcam em um processo de renascimento em meio a um mundo em transformação.
Também na Sala Museu, o documentário O Bem Virá, dirigido por Uilma Queiroz, resgata uma história real de luta e resistência. O filme retrata a jornada de 13 mulheres sertanejas que, durante a seca de 1983, se organizaram para lutar por dignidade e sobrevivência no sertão do Pajeú, em Pernambuco.
Já na Sala Derby, o longa Manas, de Marianna Brennand, chega com sessões diárias. A narrativa acompanha Marcielle, uma jovem da Ilha do Marajó que desafia o ciclo de violência que atravessa gerações de mulheres em sua família.
O filme destaca coragem, transformação e sororidade, em uma paisagem marcada por ancestralidade e conflitos sociais.
Além das estreias, a Sala Derby promove mais uma edição do Cineclube da Fundação, com exibição gratuita do clássico Duas Mulheres em Nova York (1978), de Claudia Weill.
O filme retrata a relação entre duas amigas, uma fotógrafa e uma poeta, que tentam consolidar suas carreiras artísticas na Nova York dos anos 1970.
Considerado por Stanley Kubrick uma obra-prima, o longa explora os desafios da amizade feminina quando uma das protagonistas decide se casar e mudar para o interior, abalando a conexão entre elas.