Esculturas da memória: Joelsonbiu reinventa o sertão em cerâmica

Mostra em cartaz a partir desta quinta (15) exibe esculturas inéditas que exploram a região semiárida como invenção poética e política

Publicado em 13/05/2025 às 18:50
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A exposição "Infinitamente Sertão", que será inaugurada nesta quinta-feira (15) na Número Galeria, no Recife, traz obras inéditas do artista pernambucano Joelsonbiu. Com curadoria de Joana D'Arc Lima, a mostra propõe uma imersão no universo do sertão, abordando-o como invenção, memória e liberdade. Através de esculturas cerâmicas, Joelsonbiu cria um espaço poético, onde se cruzam o mítico, o sensível e o cotidiano, inspirado por suas vivências na zona da mata pernambucana e pela literatura, cinema e teatro.

A exposição, com 10 grandes colunas cerâmicas, ressignifica o gesto construtivo de obras como a "Coluna Infinita", de Constantin Brancusi. As peças dialogam com elementos da cultura popular, realismo fantástico e uma visualidade autoral. O barro, o fogo e a palavra são materiais e símbolos desse “sertão infinito”, onde a obra une referências como Shakespeare, Ariano Suassuna e até cenas eróticas do século 19, desafiando as fronteiras entre o sagrado e o profano.

Joelsonbiu reflete sobre o sertão como um espaço tanto geográfico quanto inventado, formado por sua própria imaginação, a partir das histórias que ouviu na infância. A curadora Joana D'Arc destaca a profundidade da exposição, que explora temas como violência, ancestralidade e fabulação, ao mesmo tempo que convida o público a vivenciar um ambiente sensorial e simbólico. Além das esculturas, a mostra apresenta objetos como "Matriz da Luz", que fazem uma conexão entre o caos e a ordem, o visível e o oculto.

Para o artista, a cerâmica é política e resistência, refletindo a história do mundo e a humanidade. Com "Infinitamente Sertão", Joelsonbiu oferece uma experiência sensorial que questiona as formas tradicionais de arte e propõe uma busca infinita pela liberdade e pelo desconhecido.

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