"Karatê Kid: Lendas" une o nostálgico ao atual e faz uma grande homenagem à saga
Com estreia prevista para a quinta-feira, 8 de maio, o longa-metragem traz aspectos dos antigos filmes em um enredo divertido, leve e conquistador

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Os fãs de Karatê Kid recebem um grande presente nas salas de cinema em todo o Brasil! "Karatê Kid: Lendas" estreia nesta quinta-feira, 8 de maio, e reúne grandes nomes dos filmes antigos em uma história emocionante, leve e divertida.
O longa-metragem é estrelado por Jackie Chan, Ralph Macchio e Ben Wang, que dão vida a um novo enredo, mas sem perder a essência das tramas anteriores.
Dirigido por Jonathan Entwistle, escrito por Rob Lieber e com distribuição da Sony Pictures, o filme tem classificação indicativa para maiores de 12 anos.
Após de uma tragédia familiar, o prodígio do kung fu Li Fong (Ben Wang) é forçado a sair de sua casa em Beijing para morar em Nova York com a mãe.
Li sofre para superar o passado enquanto tenta se encaixar na nova escola e, apesar de não querer lutar, os problemas parecem que o encontram em todos os lugares.
Quando um novo amigo precisa de ajuda, Li entra em uma competição de karatê, mas só as habilidades e os conhecimentos dele não bastam.
O professor de kung fu de Li, Sr. Han (Jackie Chan) recruta o Karate Kid original, Daniel LaRusso (Ralph Macchio) para ajudar, e Li aprende uma nova maneira de lutar, unindo os dois estilos em um só.
Nostalgia em formato de atualidade
O longa inicia com o Sr. Han, grande personagem de Karatê Kid (2010), dono de uma grande escola de Kung Fu na China.
É nessa hora que o telespectador já percebe uma das maiores referências das técnicas de ensino do personagem de Jackie Chan: "bota casaco, tira casaco", que virou um grande lema da escola.
Então, conhecemos Li Fong, sobrinho do Sr. Han, apaixonado por Kung Fu, mas cheio de traumas familiares, um dos motivos pelos quais a mãe dele não quer que ele continue a praticar a arte marcial.
Um pouco antes dos acontecimentos do filme, Li perdeu o irmão, que também lutava, em uma emboscada com rivais de torneio.
Ao se mudar para Nova York visando mudar de vida, ele conhece Mia (Sadie Stanley), que se torna uma das melhores amigas do personagem, também par romântico, e o pai da garota, Victor (Joshua Jackson), no qual estabelece uma boa relação logo de cara.
Como toda história clichê, quando os dois se aproximam, o ex namorado de Mia entra em cena, e é o esteriótipo de todos os vilões de filmes de herói: arrogante, desrespeitoso e intimidador.
Assim, o enredo segue a cartilha do filme de 1984 e 2010, o mocinho se apaixona pelo antigo amor do valentão.
Ocorreu com Daniel LaRusso, Ali Mills, e Johnny Lawrence, assim como Dre Parker, Mei e Cheng, apesar de não ser tão implícito. E agora não fica diferente, o triângulo amoroso se desenvolve com Li, Mia e Connor.
A escolha de elenco também casou muito bem com o filme. Ben Wang foi uma ótima escalação e não ficou para trás ao atuar ao lado das lendas das artes marciais Jackie Chan e Ralph Macchio.
Uma surpresa é a forte presença de Sadie Stanley, que consegue roubar a cena sempre que aparece. Em filmes como esse, é comum ver personagens femininas servindo apenas para pares românticos ou não ter muita participação no enredo, já que é quase totalmente masculino.
Porém, Stanley, apesar de não ser tão bem desenvolvida, é uma atriz cativante, fazendo com que as cenas se tornem muito mais divertidas de assistir.
E, falando em desenvolvimento de personagens, um dos pontos críticos é não trabalhar tão bem o passado de nomes importantes para a história, como o próprio irmão do protagonista, os sentimentos da mãe de Li em relação à perda do filho, e a família de Mia, que não explica nenhum contexto da mãe, esposa de Victor.
Por mais que o intuito seja ter um filme leve, que remete às tramas antigas, trabalhar em personagens secundários também enriquece e engrandece a narrativa a ser contada.
Roteiro inova os acontecimentos já esperados
Um fato interessante no longa é que, por mais que as tramas sejam semelhantes, a maneira na qual o roteiro é desenrolado é diferenciada.
O filme poderia seguir a mesma fórmula de um mocinho aprimorar as habilidades nas artes maciais para combater o vilão nas cenas finais.
Não é que isso não aconteça, mas não é o foco de início. O telespectador observa o personagem principal ajudar alguém bem antes de ser ajudado.
O pai de Mia, grande lutador de boxe aposentado, precisa pagar uma dívida e pede para que Li o ensine a lutar melhor. Então, o mocinho, em vez de se tornar aluno, acaba sendo o professor.
Ao passar por outro trauma, dessa vez com Mia e o pai, é aí que o protagonista decide provar a si, mas, mais uma vez, a sutil diferença no roteiro faz com que a ideia não venha dele. Sr. Han é a pulga atrás da orelha de Li, para o menino participar da competição de Karatê de rua mais famosa do país.
Vencido pelo cansaço e pelas sábias palavras do personagem de Jackie Chan, Li se inscreve e começa a se preparar para o combate. É aí que LaRusso entra em cena, para trazer ao menino os ensinamentos do Sr. Miyagi (Pat Morita).
A partir desses acontecimentos, o filme traz de volta a natureza dos antigos filmes, com um leve ar de comédia junto ao clima tenso, deixando os telespectadores ansiosos para a luta final.
Luta esta que, apesar de tudo, já se sabe quem será o grande vencedor, mas ainda fica um ar de "será que dessa vez vai ser diferente?". E é! Porém, por mais que seja menos emocionante (e mais rápida que as antigas), a tensão não é dispensada.
Tudo se resolve com muito mais pressa, e com menos acidentes dos protagonistas, mas o clímax que é esperado não deixa de ser atingido.
Dispensa conhecimentos prévios
Um dos pontos altos é que o telespectador não precisa assistir aos filmes anteriores para entender "Karatê Kid: Lendas".
Apesar das referências, o longa-metragem funciona muito bem de forma independente, trazendo a essência das tramas passadas, mas sem ter muitas referências ao ponto de deixar o público confuso em relação aos acontecimentos presentes.
É um bom filme introdutório, para quem está assistindo à história pela primeira vez, para quem deseja aprofundar no universo de Karatê Kid, ou para aqueles que apenas desejam sentir a nostalgia e voltar no tempo, seja aos anos 80 ou 2000.