filme

Nicole Kidman mergulha em fantasias sexuais no filme provocante Babygirl, que estreia no Prime Video

Na trama, Kidman interpreta Romy Mathis, CEO de uma gigante da tecnologia, casada com um diretor de teatro e mãe de duas adolescentes

Cadastrado por

Bruna Oliveira

Publicado em 07/05/2025 às 15:26
Nicole Kidman é protagonista de Babygirl - Divulgação/ Diamond Filmes

O Amazon Prime Video estreia nesta quarta-feira (7) Babygirl (2024), filme que tem causado burburinho desde sua primeira exibição no Festival de Veneza, onde rendeu a Nicole Kidman a prestigiada Copa Volpi de Melhor Atriz.

Dirigido pela holandesa Halina Reijn (Instinto, Morte Morte Morte), o longa coloca a estrela de Hollywood no centro de uma narrativa densa, provocativa e inquietante sobre desejo, culpa e poder feminino.

Na trama, Kidman interpreta Romy Mathis, CEO de uma gigante da tecnologia, casada com um diretor de teatro (Antonio Banderas) e mãe de duas adolescentes.

Em meio à rotina aparentemente sólida, sua vida toma um rumo inesperado com a chegada de Samuel (Harris Dickinson), um estagiário 30 anos mais jovem e de comportamento sedutor.

O que começa como tensão sexual se transforma em uma série de transgressões silenciosas, que desafiam as convenções sociais e expõem as fissuras de uma mulher entre o desejo e o controle.

Nicole Kidman em mais um papel ousado

A atuação de Nicole Kidman é o fio condutor da narrativa e talvez o maior atrativo do filme.

Aos 57 anos, a atriz revisita zonas de risco artístico que marcaram performances anteriores em títulos como De Olhos Bem Fechados (1999), Dogville (2003) e Obsessão (2012).

Em Babygirl, ela se entrega com intensidade e precisão a uma personagem que vive um conflito interno profundo, dividido entre a imagem pública de empoderamento e os desejos mais privados, que envolvem fantasias de submissão e vergonha.

Sem recorrer a grandes monólogos, Kidman explora o silêncio, o olhar e os gestos mínimos — como tapar a boca enquanto se masturba — para comunicar a complexidade emocional de Romy.

O simbolismo é constante, como na cena em que bebe leite oferecido por Samuel, elemento que, segundo a diretora, remete ao instinto animal reprimido.

Erotismo e tensão sob nova perspectiva

Apesar do tema, Babygirl evita cair nos clichês de filmes eróticos como Cinquenta Tons de Cinza ou Nove e Meia Semanas de Amor.

O longa opta por uma abordagem menos voltada à violência ou dor, preferindo explorar o erotismo a partir do conflito psicológico e das estruturas de poder.

O suspense paira no ar: será que alguém descobrirá o caso? Samuel é tão inocente quanto parece? E o que está em jogo — reputação, carreira, família — é apenas parte do verdadeiro abismo que Romy enfrenta?

Reflexões sobre ética, sexualidade e gerações

Além da tensão sexual, Babygirl também propõe discussões sobre a ética no ambiente de trabalho e o papel das novas gerações, personificadas pela jovem assistente Esme (Sophie Wilde).

A personagem contrapõe os valores empresariais tradicionais, abrindo espaço para reflexões sobre carreira, integridade e identidade em tempos de hipervisibilidade digital e fragilidade institucional.

Com fotografia elegante, diálogos contidos e uma direção que dosa provocação e ironia, Babygirl é mais do que um drama erótico: é uma narrativa que questiona os limites do poder feminino, a hipocrisia social em torno do prazer e o preço da liberdade numa era conservadora.

 

Tags

Autor