Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho trazem espetáculo "Gostava mais dos pais" para o Recife

Será que é difícil carregar o legado de dois gigantes no mundo da comédia brasileira? Mesmo com o humor no sangue, "Gostava mais dos pais" mostra que essa tarefa não é tão simples quanto parece.

O espetáculo estrelado por Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho chega no Recife nos dias 23, 24 e 25 de maio no Teatro do Parque. Os ingressos já estão à venda no site da eventim.

Sobre o espetáculo "Gostava mais dos pais"

Na peça, a dupla revisita histórias pessoais e divide com o público os desafios e delícias de seguir os passos de pais tão emblemáticos, enquanto celebram uma amizade que atravessa gerações.

Lucio Mauro Filho resume a história como uma homenagm. “Esse espetáculo é, antes de tudo, uma homenagem à parceria que herdamos dos nossos pais. Agora, é a nossa vez de contar essa história, do nosso jeito”, resume.

Bruno Mazzeo também complementa: “A gente usa essa herança como ponto de partida para falar sobre o tempo e o nosso lugar no mundo atual”, disse o ator.

Dirigida por Debora Lamm e escrita por Aloísio de Abreu e Rosana Ferrão, a montagem nasceu de inquietações reais dos atores, que começaram a esboçar o projeto ainda durante a turnê de 5x Comédia (2017–2019).

Desde a estreia, em março de 2024, "Gostava mais dos pais" já lotou teatros por onde passou — incluindo São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis — e atraiu mais de 78 mil espectadores.

O espetáculo mistura esquetes, reflexões e muito humor. Os dois interpretam cerca de dez personagens e versões de si mesmos, costurando memórias com temas atuais como os limites do humor, a era digital, cancelamentos, fake news e as transformações do próprio fazer cômico.

Outro tema central é o peso da herança artística — e como lidar com ela. A frase que dá nome ao espetáculo, “Gostava mais do seu pai”, é real: ambos a ouviram diversas vezes.

Uma cena, por exemplo, mostra Bruno sendo apresentado na TV como “filho de Chico Anysio”, enquanto imagens de arquivo reforçam esse momento. Já Lucio brinca com a inevitabilidade de carregar o sobrenome Mauro.

Críticas dentro da peça

A comédia questiona o lugar do artista maduro em um mundo de TikTok e viralizações. O ponto de partida é uma discussão entre os dois sobre dançar (ou não) na plataforma.

Dali, surgem esquetes que fazem rir — e pensar. “A gente não é youtuber nem sabe fazer TikTok. Mas será que ainda tem espaço para o que sabemos fazer?”, provoca Bruno. “Sim, desde que estejamos abertos ao novo e saibamos equilibrar experiência e inovação”, completa Lucio.