Morte Papa Francisco: confira como foi a última aparição pública do Pontífice
No Domingo de Páscoa, já visivelmente fragilizado, o pontífice surgiu pela última vez na sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano

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Na manhã de segunda-feira, 21 de abril, o mundo católico foi tomado por silêncio e luto: o papa Francisco faleceu em decorrência de uma infecção respiratória. Sua última aparição pública, porém, permanece viva na memória dos fiéis como um gesto de fé, coragem e apelo por humanidade.
No Domingo de Páscoa, já visivelmente fragilizado, o pontífice surgiu pela última vez na sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Com voz quase ausente, ele saudou os peregrinos reunidos na Praça e concedeu a tradicional bênção “Urbi et Orbi” — à cidade e ao mundo — deixando nas mãos de um assessor a leitura da mensagem pascal.
O conteúdo da declaração era contundente: Francisco clamava por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, classificando a situação como “dramática e deplorável”.
Em um tom de urgência e compaixão, pediu a libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas e alertou sobre o crescimento “preocupante” do antissemitismo global.
“Expresso minha proximidade aos sofrimentos... de todo o povo israelense e do povo palestino”, dizia a mensagem — um reflexo da sua constante defesa pela paz, pelo diálogo e pela dignidade humana, mesmo em meio às sombras da guerra.
Em um gesto simbólico e comovente, o papa ainda percorreu a multidão no papamóvel, acenando com serenidade aos que agitavam bandeiras de seus países e gritavam com emoção: “Viva o Papa!”.
Era como se o mundo se despedisse em coro daquele que, até o último instante, usou sua voz — mesmo enfraquecida — para semear esperança.
Poucas horas antes, Francisco ainda encontraria forças para um encontro reservado com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, um católico notório por discordâncias com o pontífice, sobretudo em relação às políticas migratórias.
A visita, no entanto, foi marcada por respeito e troca de votos pascais, segundo comunicado do Vaticano.
Última saudação
Foi assim, entre apelos pela paz, gestos de reconciliação e uma última saudação aos fiéis, que o pontífice argentino encerrou seu pontificado — deixando como legado uma Igreja mais aberta, mais próxima dos pobres e eternamente comprometida com a construção de pontes, não muros.