Fim do mundo? Morte de Francisco traz à tona profecia sobre o 'último papa'
O falecimento do Papa Francisco reacende antigas profecias que há séculos despertam o imaginário de muitas pessoas. Entenda do que se trata

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O falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, ocorrido nesta segunda-feira (21), encerra não apenas um dos papados mais simbólicos da Igreja Católica, mas também reacende antigas profecias que há séculos despertam o imaginário de muitas pessoas.
Entre elas, destacam-se os escritos de Nostradamus e a chamada Profecia de São Malaquias — ambas frequentemente associadas ao fim da Igreja e, em leituras mais extremas, ao próprio fim do mundo.
A Profecia de São Malaquias e o “último papa”
A Profecia dos Papas, atribuída ao arcebispo irlandês São Malaquias (1094–1148), é um dos textos que mais alimenta especulações nesse contexto.
Segundo a tradição, Malaquias teria tido uma visão com os nomes e lemas de 112 papas, desde Celestino II até o último pontífice, identificado como “Petrus Romanus” — ou Pedro, o Romano.
Este último “apascentará o rebanho em meio a grandes tribulações” e, em seguida, “a cidade das sete colinas será destruída, e o Juiz terrível julgará o povo”.
Embora o nome de Francisco não seja Pedro, sua escolha em homenagear São Francisco de Assis — figura também associada a visões proféticas e simbologias do fim — alimentou interpretações de que ele poderia, sim, ser o último da lista.
Há ainda quem defenda que o sucessor de Francisco será o verdadeiro “Pedro, o Romano”.
Igreja Católica não reconhece documento
O documento foi publicado pela primeira vez em 1595 pelo monge beneditino Arnold de Wyon e nunca recebeu reconhecimento oficial da Igreja.
Diversos historiadores, como Anura Guruge, questionam sua autenticidade, apontando para uma possível origem no século XVI com fins políticos.
Ainda assim, coincidências entre os lemas descritos e os pontificados reais continuam intrigando.
Entre os exemplos mais mencionados estão “Glória da Oliveira”, associado a Bento XVI, e “Do trabalho do Sol”, relacionado a João Paulo II — nascido e sepultado sob eclipses solares.
A volta de Nostradamus ao debate público
Outra profecia frequentemente lembrada em transições papais é a de Nostradamus, o médico e astrólogo francês do século XVI, conhecido por suas quartetas poéticas publicadas em “Les Prophéties”.
Algumas de suas previsões têm sido associadas a eventos históricos, como a Revolução Francesa e o atentado de 11 de setembro.
Entre elas, uma figura recorrente é o “Papa Negro”, muitas vezes associada ao fim da Igreja Católica.
A expressão tem múltiplas interpretações. Historicamente, o “Papa Negro” refere-se ao Superior Geral da Companhia de Jesus — cargo de liderança entre os jesuítas, conhecidos por suas vestes escuras.
Francisco, o primeiro papa jesuíta da história, foi visto por muitos como o cumprimento dessa imagem.
Seu papado ficou marcado pela recusa aos luxos do Palácio Apostólico, foco em justiça social e uma agenda de reformas que desafiaram setores conservadores da Igreja.
Outras leituras interpretam o “Papa Negro” como a chegada de um pontífice de origem africana.
Com cardeais como Peter Turkson, de Gana, e Robert Sarah, da Guiné, entre os possíveis sucessores, a profecia ganha novos contornos.
Ambos têm trajetórias distintas, mas figuram entre os nomes mais citados para o conclave.
Entre o ceticismo e o fascínio popular
As profecias, tanto a de Malaquias quanto as de Nostradamus, não oferecem datas específicas — o que permite interpretações recorrentes a cada novo conclave.
Nas redes sociais, as teorias voltaram ao centro das atenções, figurando entre os assuntos mais comentados em plataformas como o X (antigo Twitter).
Fonte: Jornal Correio