Influenciadora fitness de 53 anos vive seu maior momento: "A musculação salvou minha vida"
Nunca é tarde para recomeçar: como Antonia Cláudia mudou de vida com a musculação após os 47 anos e adotou um estilo de vida diferenciado

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Aos 47 anos, Antonia Cláudia de Oliveira tomou uma decisão que viria a transformar tudo: decidiu cuidar de si mesma.
“O que me motivou foi o medo de morrer, porque eu achava que não chegaria aos 50 anos”, contou em entrevista à Catraca Livre. Na época, levava uma vida completamente sedentária. “Mudar meus hábitos foi um desafio”, admite com sinceridade.
Nascida em Cariús, no Ceará, e hoje morando em Porto Belo, Santa Catarina, Cláudia, agora com 53 anos, vive uma nova realidade.
Atualmente, trabalha como influenciadora digital e usa suas redes para compartilhar a própria jornada de superação, motivando outras mulheres a se redescobrirem através da atividade física.
Mas o começo não foi nada fácil. Além dos problemas no joelho, Cláudia enfrentava questões emocionais e, como ela mesma relata, até episódios de violência psicológica no relacionamento.
“Nada disso foi suficiente para me fazer desistir”, relembra. Foi na musculação que encontrou um novo propósito. O treino virou mais que uma atividade física: virou uma forma de renascer. “A musculação salvou minha vida”, diz com firmeza.
Transformação que vai muito além do espelho
Logo vieram os primeiros resultados. A autoestima, que por anos esteve escondida, começou a florescer. “Comecei a perder peso e a autoestima que eu nunca tive começou a aparecer”, conta. Mas para ela, a maior mudança aconteceu por dentro.
“A minha transformação não foi só no corpo, foi principalmente na minha mente. Eu aprendi a sorrir, a gostar de mim… hoje eu sei que sou a pessoa mais importante da minha vida e tenho a paz que não tinha antes”.
Nem todos os passos foram simples. Em 2018, ao entrar numa academia e informar sobre seu problema no joelho, foi orientada a fazer um treino funcional — o que acabou resultando em uma fratura por estresse e 45 dias de imobilização.
“Isso me traumatizou”, lembra. Ainda assim, ela decidiu tentar de novo no ano seguinte. Dessa vez, focada no fortalecimento muscular, iniciou uma nova etapa — e, finalmente, tudo começou a fazer sentido.
Quando o movimento se torna parte da vida
A história de Antonia Cláudia é ainda mais significativa diante dos números. Segundo dados do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica da USP, cerca de 60% dos brasileiros são fisicamente inativos.
Entre os idosos, esse índice salta para 70%. E apenas 4% praticam atividades de fortalecimento muscular, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde.
A boa notícia é que o impacto positivo do exercício é nítido. Segundo o Sesi, 72% das pessoas que se exercitam regularmente não enfrentam problemas de saúde.
Entre os sedentários, esse número cai para 58%. Cláudia é a prova viva disso. “Quando você começa a treinar, tudo muda”, garante. A alimentação, o sono, o humor, a energia — tudo se transforma.
“Hoje tenho disposição para fazer tudo que eu quiser”, celebra. E para quem acha que já passou da hora de começar, ela responde com segurança: “Nunca é tarde. Precisamos construir nosso banco de músculos para ter longevidade, envelhecer com saúde e disposição. Nós merecemos viver — e viver bem”.
O futuro como palco e inspiração
Com os olhos voltados para o que ainda está por vir, Cláudia segue sonhando alto. “Pretendo subir no palco do fisiculturismo mais uma vez e quero alcançar cada vez mais mulheres, incentivá-las a transformar a vida com a musculação”, revela.
Outro desejo é contar sua história em um livro. “Sei que posso ajudar muitas mulheres com a minha história de vida”.
No Dia Mundial da Atividade Física, celebrado em 6 de abril, o exemplo de Antonia Cláudia ganha ainda mais força. Ela mostra que coragem não tem idade e que, às vezes, o primeiro passo pode mesmo mudar tudo. Afinal, recomeçar é possível — e pode ser o maior ato de amor que alguém faz por si mesma.