"A Paixão de Cristo" brasileira: novo filme da Lumine retrata a crucificação de Jesus

Desde o lançamento de “A Paixão de Cristo” (2004), de Mel Gibson, nenhuma outra produção conseguiu traduzir o relato e a dor da crucificação de Jesus com tanta intensidade.

Agora, “O Encontro”, novo filme da Lumine, propõe uma abordagem inovadora, lançando um docudrama que combina depoimentos reais com cenas de ficção, explorando, além do sofrimento e morte de Cristo, a maneira como as pessoas se relacionam com a fé atualmente.

A primeira parte traz entrevistas com religiosos, como Cardeal Dom Orani João Tempesta O.Cist. (arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro), Dom Antônio Augusto Dias Duarte (bispo emérito da arquidiocese do Rio de Janeiro) e Irmã Thaynara Cabral (da congregação Carmelita Mensageira do Espírito Santo - a mesma do Frei Gilson), que explicam como a Igreja enxerga Deus, intercaladas com depoimentos de personalidades católicas, que contam suas experiências pessoais de encontro com Ele.

Ainda há relatos de pessoas de várias partes do mundo – e diferentes crenças – respondendo a pergunta “Quem é Jesus Cristo para você?”. Todas essas exposições são entrelaçadas ao longo do documentário e culminam na ficção que retrata a Paixão de Cristo.

“O filme busca resgatar a humanidade de Jesus, mostrando que Ele não é apenas um conceito, mas um Deus que se fez homem, sofreu e morreu por amor à humanidade”, explica Matheus Bazzo, fundador da Lumine.

O documentário foi gravado em diversas cidades brasileiras, mas as cenas ficcionais foram capturadas em Porto Alegre/RS, sede da produtora de cinema. O batismo de Jesus foi filmado às margens do Lago Guaíba, um dos principais pontos turísticos da capital gaúcha. Também há imagens captadas na Catedral Metropolitana e no Santuário Mãe de Deus.

Estética contrastante e simbolismo visual

Assim como em “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson, “O Encontro” aposta em uma estética intensa e simbólica.

O diretor Gustavo Leite explica que a obra transita entre imagens coloridas e abertas nas cenas documentais e uma fotografia mais fechada e em preto e branco na parte ficcional, criando um efeito visual que remete à dramaticidade da jornada de Cristo.

“O filme é uma construção sobre quem as pessoas acham que Deus é e quem Ele realmente é. A narrativa acompanha esse processo. Nosso objetivo é tirar o espectador da vida cotidiana e levá-lo para dentro do caminho da cruz, revelando, passo a passo, os encontros de Jesus com Maria, Verônica, Cirineu e, finalmente, com cada um de nós”, ressalta.

A narrativa da ficção se inicia no julgamento de Pilatos e, conforme avança em direção ao calvário, traz flashbacks de acontecimentos marcantes da vida de Cristo. O primeiro remete ao batismo, no Rio Jordão, que marcou Sua entrada na vida pública.

Em “O Encontro”, a imagem do batismo se sobrepõe, em uma transição simbólica, ao momento em que Pilatos lava as mãos diante da condenação de Jesus – um contraponto entre a água que purifica e a que representa a omissão.

Outros flashbacks mostram as Bodas de Caná, onde Ele realiza Seu primeiro milagre, transformando água em vinho, e Sua entrada triunfal em Jerusalém antes de iniciar Sua Paixão. Essas cenas reforçam a dualidade entre aceitação e rejeição.

“A estética do filme conduz o espectador por essa jornada de contrastes, onde cada detalhe visual e narrativo carrega um profundo significado espiritual”, conclui o diretor de “O Encontro”.

Bastidores e impacto no elenco

A intensidade das cenas da morte de Cristo impactaram os atores da parte ficcional, que relataram terem sido tocados pela experiência – mesmo aqueles que, até então, não tinham uma vivência religiosa.

É o caso de Renato Fagundes que interpreta Jesus e descreveu que ser crucificado “é uma experiência bem chocante, mesmo sem ter todo o sofrimento envolvido".

Já a atriz que vive Nossa Senhora na obra, Andreia Quezia da Silva, expôs que não praticava sua fé há anos e que o filme reacendeu sua conexão espiritual com Deus.

"Foi muito emocionante interpretar Maria. Imaginar uma mãe vendo tudo o que o filho passou... é algo que toca profundamente. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia do propósito. Sabia que Deus estava ali, o tempo todo. E isso me tocou muito. Porque, mesmo em meio à dor, ela tinha a certeza do real objetivo de tudo", revela.

No longa de Mel Gibson, os atores Jim Caviezel, que interpretou o próprio Cristo, e Luca Lionello, que interpretou Judas Iscariotes, se converteram ao cristianismo após as gravações.

Onde assistir

“O Encontro” é mais uma produção original da Lumine, que já soma 55 produções próprias, entre filmes e séries.

A parte ficcional está disponível gratuitamente no Youtube da Lumine. O filme completo, com as entrevistas e depoimentos, está na plataforma da Lumine.

Sobre a Lumine

Com seis anos de atuação, a Lumine é uma produtora de cinema e a maior plataforma católica de filmes e séries do Brasil. Seu catálogo reúne centenas de conteúdos, destinados tanto ao público adulto como infantil.

Clássicos como “Cidadão Kane”, “Ladrões de bicicleta”, “A felicidade não se compra” e “Cinema Paradiso” fazem parte do acervo do serviço de vídeo sob demanda.

A Lumine também já lançou diversas produções originais, incluindo “Além da Liberdade: a vida de Viktor Frankl”, “A Via Sacra”, gravado na Terra Santa, e “Milagre Vivo”, que estreou nos cinemas brasileiros em 2024.