Di Ferrero mergulha no abstrato e ressurge com o EP "7", uma trilogia sonora sobre ciclos, emoções e recomeços

Composto por três faixas inéditas — O Som da Desilusão, Além do Fim e Universo Paralelo — o trabalho é uma ode aos ciclos da vida. Confira o EP

Publicado em 08/04/2025 às 11:41
Google News

Clique aqui e escute a matéria

Nessa segunda, 7 de abril, Di Ferrero lançou um projeto que transcende o tempo e propõe uma escuta mais sensível e introspectiva. Intitulado simplesmente como “7”, o novo EP do artista não é apenas um número, mas um portal simbólico que evoca mudança, espiritualidade e renovação.

Composto por três faixas inéditas — O Som da Desilusão, Além do Fim e Universo Paralelo — o trabalho é uma ode aos ciclos da vida, à vulnerabilidade humana e às possibilidades não vividas. Produzido por Felipe Vassão e Bruno Genz, o projeto une instrumentações orgânicas, batidas imersivas e letras que nascem das profundezas emocionais do próprio Di Ferrero.

“Esse EP representa uma virada pessoal. Ele foi construído em um momento muito verdadeiro da minha vida. Tudo nele é conectado — da sonoridade à imagem, do conceito ao horário em que será lançado”, afirma o cantor.

O número 7 como chave do invisível

O simbolismo do número sete guia toda a narrativa do projeto. Mais do que uma escolha estética, o número ressurge como símbolo de introspecção, fases e transformações. “Ele fala de ciclos — os que começam, os que se encerram e aqueles que renascem. A cada sete anos, nosso corpo, mente e trajetória ganham novas formas”, explica Di.

A estreia às sete da noite, exatamente na transição do crepúsculo para a noite, reforça a atmosfera contemplativa do EP: um convite ao mergulho interno no momento em que a luz se dissipa e o mistério da noite se instala.

Trilogia visual: uma jornada contínua entre sonho e realidade

Como extensão do EP, três visualizers serão lançados, gravados em plano-sequência e conectados em forma de trilogia. As direções são assinadas por Bruno Bock (O Som da Desilusão) e César Ovalle (Além do Fim e Universo Paralelo), com estética cinematográfica e simbolismos visuais que acompanham o fluxo narrativo das músicas.

“Quisemos que os vídeos fossem uma continuidade do EP. Uma viagem sem cortes, que começa no sonho e vai se desdobrando até o questionamento da realidade. Tudo está conectado pelo tempo e pelas emoções”, revela Di.

Ovalle destaca a busca pela transição fluida entre cenários e emoções: “Tivemos apenas sete tentativas para filmar antes do pôr do sol. A imensidão do cenário representa a solidão diante do caos urbano, algo que ecoa nas faixas”.

A direção de arte e o design da capa ficaram por conta de Bruno Zampoli, da agência cccaramelo, que criou uma composição que mistura solidão e infinitude, com elementos gerados por IA em contraste com texturas humanas. “Buscamos representar o silêncio interior em meio ao deserto das emoções”, comenta.

As faixas: entre desapego, memória e o infinito dos ‘e se’

O Som da Desilusão abre o EP com um questionamento essencial: qual seria o som de uma decepção? A faixa carrega ecos de rádio antigo, lembrando que as desilusões, por mais dolorosas, também têm seu lugar de aprendizado. Di cita Ariano Suassuna: “Tudo o que é ruim de passar é bom de contar”. E é exatamente isso que a música entrega: camadas de sentimentos que se transformam em arte.

Além do Fim, segunda faixa, é sobre aquilo que ficou para trás — e o que ainda pulsa depois disso. Com uma levada leve e contagiante, ela consegue reunir lembranças boas e ruins em uma harmonia que fala de superação sem perder a doçura.

Universo Paralelo encerra o EP em tom dançante e reflexivo. É uma faixa que imagina os caminhos não trilhados, os amores que poderiam ter sido e os “e se” que ecoam no silêncio. Inspirado pelo livro A Coragem de Não Agradar, Di aborda os desafios das relações humanas com uma pegada moderna e groove envolvente.

“Essa é aquela música para dançar pensando. Ela fecha o EP com a sensação de que, mesmo sem todas as respostas, seguimos tentando.”

Explorando novas faces

A jornada sonora de 7 é também uma busca por novas facetas artísticas. Como revela o produtor Felipe Vassão, o EP é um marco: “O Di chegou com sede de mudança. Cada escolha no projeto foi feita para revelar versões dele que ainda não tinham vindo à tona”.

Entre camadas sonoras, imagens oníricas e versos que tocam em lugares profundos, 7 é mais do que um EP — é um rito de passagem artístico e emocional.

Tags

Autor