Nutricionista alerta: Chás diuréticos e o risco de desidratação
Consumo excessivo pode causar perda de líquido e trazer riscos à saúde, especialmente em períodos de calor intenso como o que o Brasil vive atualmente

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Os chás diuréticos, conhecidos por estimular a eliminação de líquidos pelo organismo, são amplamente consumidos por quem busca reduzir a retenção.
No entanto, seu uso excessivo pode aumentar o risco de desidratação, especialmente em períodos de calor intenso.
A Dra. Carolin Calloni, nutricionista, e docente do curso de Nutrição da FSG - Centro Universitário, esclarece os principais cuidados que devem ser adotados para um consumo seguro.
Segundo a especialista, a desidratação nem sempre apresenta sinais evidentes, o que torna essencial a atenção a sintomas sutis, como sede aumentada, boca seca, urina escura e concentrada, redução na frequência urinária, cansaço, tontura e dor de cabeça.
“Em dias quentes, o corpo já perde líquidos naturalmente através da transpiração. Quando associamos isso ao consumo excessivo de chás diuréticos, a perda de água corporal pode ser ainda maior, elevando os riscos à saúde”, explica.
Entre os chás mais populares com efeito diurético estão o chá de cavalinha, hibisco, chá preto, chá verde, dente-de-leão e salsinha.
Embora apresentem benefícios, o consumo exagerado pode levar a complicações em doenças pré-existentes e até interagir com medicamentos.
“O ideal é limitar o consumo a 2 ou 3 xícaras por dia e sempre buscar orientação de um profissional de saúde, como um nutricionista, para garantir a quantidade e proporção adequadas de erva e água na infusão”, alerta a Dra. Carolin Calloni.
Para manter o equilíbrio hídrico e evitar complicações, a especialista recomenda:
- Hidratação paralela: a cada xícara de chá diurético, ingerir um copo de água pura.
- Alimentos ricos em água: incluir na dieta frutas como melancia, laranja e melão, além de vegetais como pepino, alface e tomate.
- Monitoramento da urina: o ideal é que tenha coloração clara (amarelo pálido).
- Alternância com infusões neutras: optar por chás como camomila ou hortelã, que não aumentam a eliminação de líquidos.
- Ajustes na alimentação e estilo de vida: reduzir o consumo de sódio, manter a ingestão diária adequada de água (cerca de 35mL por kg de peso corporal) e praticar atividades físicas leves.
O consumo desses chás pode não ser seguro para todos. Pessoas com pressão baixa devem ter cautela, pois a eliminação excessiva de líquidos pode reduzir ainda mais a pressão arterial, causando tontura e desmaios.
Indivíduos com doenças renais ou cardíacas podem sofrer sobrecarga nos órgãos e desequilíbrios eletrolíticos.
Ainda segundo a nutricionista, gestantes e lactantes também devem evitar o consumo, uma vez que não há evidências científicas suficientes sobre a segurança dessas bebidas durante esses períodos.
Quem faz uso de diuréticos farmacológicos deve ter atenção redobrada para evitar a perda excessiva de água e eletrólitos, que pode levar a quadros de desidratação e hipocalemia (baixa concentração de potássio no sangue).
Além disso, pessoas com gastrite ou úlceras podem ter os sintomas agravados por chás ricos em cafeína, como chá verde, chá preto e mate, que irritam a mucosa gástrica.
Indivíduos propensos à formação de cálculos renais devem evitar chás como cavalinha e chá preto, pois contêm oxalatos que favorecem a formação de pedras nos rins.
Crianças e idosos também merecem atenção especial, pois são mais suscetíveis à perda rápida de líquidos e eletrólitos, o que pode levar à desidratação em um curto período.
Diante dessas considerações, a Dra. Carolin Calloni reforça a importância de um consumo consciente. “Embora os chás diuréticos tenham benefícios, o equilíbrio é essencial. O ideal é sempre buscar orientação profissional para garantir um uso seguro e adequado às necessidades individuais”, finaliza.
“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”