Como identificar uma pessoa com alta inteligência emocional em 3 minutos

A inteligência emocional é uma característica muitas vezes esquecida, contudo, é um dos fatores mais determinantes no sucesso de um indivíduo, tanto pessoal quanto profissional. Diferente do QI, por exemplo, não é possível medir esse tipo de inteligência.

Segundo o pós-PhD em em Neurociências, especialista em genômica e comportamento humano, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, a inteligência emocional se manifesta em determinados comportamentos, que podem ser identificados por meio de uma observação atenta.

O especialista, que também é presidente da ISI Society, a sociedade de alto QI mais restrita do mundo, e coordenador do Brasil na Intertel, explica que esse tipo de inteligência envolve um conjunto de características e habilidades cognitivas e sociais, não comportamentos isolados.

"O teste de QI mede, em sua grande maioria, a inteligência, sendo também um indicador complementar para aspectos da inteligência emocional. No entanto, a inteligência emocional, por si só, envolve a interação de estruturas cerebrais como o córtex pré-frontal, responsável pelo controle das emoções, e o sistema límbico, que regula a resposta afetiva. A forma como essas áreas se conectam influencia diretamente a capacidade de compreender e gerenciar emoções, tanto próprias quanto alheias", diz o neurocientista.

Como identificar uma pessoa emocionalmente inteligente em 3 minutos?

Para Dr. Fabiano, é possível observar rapidamente a presença dessas três categorias em alguém:

• Autoconsciência e controle emocional: domínio sobre as próprias emoções e uma tendência natural ao controle. Habilidade para regular a intensidade emocional de maneira consciente.
• Empatia: habilidade de compreender e se conectar com os sentimentos e vivências alheias, o que ajuda a responder a qualquer situação de maneira adequada e a interpretar as emoções dos outros, seja por meio do tom de voz ou da linguagem corporal.
• Flexibilidade cognitiva e adaptabilidade: flexibilidade diante de situações inesperadas, gerenciamento de conflitos e adaptação a novos desafios sem perder o equilíbrio emocional.

7 hábitos de pessoas emocionalmente inteligentes

Segundo o Dr. Fabiano, esses hábitos específicos diferenciam essas pessoas:

1. Autoconhecimento

Segundo Daniel Goleman, referência na área, o autoconhecimento e a autoconsciência é um dos pilares da inteligência emocional. Esse hábito permitem que elas compreendam seus estados de ânimo e emoções o que os leva a decisões mais assertivas.

2. Empatia

Segundo o Dr Fabiano: "A capacidade de ler as emoções dos outros ativa áreas do cérebro relacionadas à teoria da mente, permitindo um melhor entendimento e resposta ao estado emocional alheio".

3. Autorregulação emocional

Quem regula suas emoções com eficiência evita reações impulsivas. "O córtex pré-frontal exerce um papel crucial nesse processo, controlando impulsos emocionais e permitindo respostas mais estratégicas", explica o neurocientista.

4. Habilidades sociais desenvolvidas

A comunicação eficaz, que estabelece conexões com os outros e evita mal-entendidos, está muito presente na vida de pessoas com inteligência emocional, mesmo as introvertidas.

5. Resiliência emocional

Não se deixar dominar por emoções negativas está associado a uma maior conectividade entre o córtex pré-frontal e a amígdala, segundo a neurociência. Isso ajuda a regular respostas de estresse e ansiedade.

6. Motivação intrínseca

Não depender de motivação externa para continuar produtivo é uma característica de inteligência emocional. "Indivíduos altamente inteligentes emocionalmente possuem um sistema dopaminérgico bem regulado, que favorece a motivação independente de recompensas externas", explica Dr. Fabiano.

7. Resiliência e adaptação

A resiliência é fundamental para a inteligência emocional. Segundo estudos, quem é emocionalmente inteligente se recupera das adversidades com mais rapidez.

Ciência e inteligência emocional

A inteligência emocional está associada a uma maior ativação do córtex pré-frontal dorsolateral e da ínsula anterior, regiões do cérebro responsáveis pela tomada de decisões, autorregulação emocional e percepção social.

Estudos de neuroimagem indicam que pessoas com alta inteligência emocional contam com padrões específicos de conectividade neuronal que favorecem a tomada de decisões racionais sob pressão.

Pesquisas na área de genômica sugere que a inteligência emocional pode estar ligada à predisposição genética. "Embora a genética determine parte da estrutura neurológica, o ambiente, a educação e as experiências de vida moldam significativamente a capacidade emocional de um indivíduo", afirma Dr. Fabiano de Abreu Agrela.

A inteligência emocional impacta diretamente na liderança, nos relacionamentos interpessoais e np bem-estar pessoal, por isso, é importante identidicá-la e desenvolvê-la.