Cineasta Pernambucano é selecionado para o Programa de Incentivo a Novos Talentos da Berlinale
Douglas Henrique, de 24 anos, foi selecionado para participar de um dos programas mais prestigiados da América Latina. Confira detalhes

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O Berlinale Talents Buenos Aires 2025 acaba de selecionar o cineasta pernambucano Douglas Henrique para participar de um dos programas mais prestigiados da América Latina, dedicado ao apoio e desenvolvimento de novos talentos do audiovisual. Com apenas 24 anos, Douglas é uma figura em ascensão no cenário cinematográfico local, sendo o diretor do MOV – Festival Internacional de Cinema Universitário, do Jorra! Festival de Cinema Negro, e curador do Cinema da UFPE. Agora, ele se prepara para aproveitar essa oportunidade única de ampliar seus horizontes na indústria, com grandes expectativas para o evento, que ocorrerá de 31 de março a 4 de abril de 2025.
A parceria entre o Festival de Cinema de Berlim (Berlinale), o BAFICI – Festival Internacional de Cinema Independente de Buenos Aires e a Universidad del Cine, uma das mais renomadas instituições de formação cinematográfica do mundo, chega à sua 20ª edição. O programa visa fornecer apoio a cineastas promissores da América Latina, com foco no desenvolvimento profissional, networking e ampliação de perspectivas através de masterclasses, painéis e workshops, onde os participantes podem interagir com profissionais de renome e com outros jovens talentos.
A participação de Douglas Henrique neste evento não é a primeira grande oportunidade internacional de sua carreira. Em 2024, ele foi selecionado para a edição do programa no Rio de Janeiro, o que consolidou seu papel como uma ponte entre o cinema autoral e independente do Nordeste e os circuitos internacionais. E o timing não poderia ser mais perfeito: recentemente, o Festival de Berlim consagrou a autoria pernambucana ao premiar o longa-metragem O Último Azul, de Gabriel Mascaro, com o Urso de Prata, e o Brasil vive um momento de grande visibilidade no cenário global, especialmente após a vitória histórica do país no Oscar com Ainda Estou Aqui.
Em entrevista ao Viver, Douglas compartilhou sua experiência com o processo de seleção para o programa: “A inscrição é feita por meio de um formulário no qual você escolhe a área profissional que deseja desenvolver. No meu caso, estou muito interessado em trabalhar com preservação, um tema que ainda carece de mais espaço em Pernambuco”, contou. Ele também destacou a relevância de sua seleção: “Este ano, mais de 1000 pessoas se inscreveram e apenas 60 foram selecionadas. O Brasil teve uma representação expressiva, o que mostra o crescente destaque do cinema pernambucano, especialmente com O Último Azul e toda a expectativa em torno de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho.”
Douglas não esconde sua empolgação ao falar sobre a oportunidade de fortalecer a presença do cinema pernambucano no cenário internacional. “É gratificante ver o reconhecimento do nosso trabalho lá fora e poder levar meus projetos para esse palco. Precisamos de reformulações nos editais locais e em muitos outros setores, e poder participar de um evento como esse, com pessoas que discutem de forma ativa essas questões, é sempre enriquecedor”, afirmou. Ele também mencionou que diversos amigos e mentores passaram pelo programa, sempre destacando a experiência frutífera que ele proporciona.
Ajuda
Com o olhar voltado para o futuro, Douglas aproveitou para dar uma prévia do que está por vir: “O programa será um intercâmbio cultural que vai me ajudar a aprimorar o projeto Fresta – Festival Internacional de Cinema Analógico de Pernambuco, que terá sua primeira edição no ano que vem, com o apoio do Funcultura.” Para ele, essa experiência será fundamental para seguir contribuindo ao máximo para o fortalecimento do cinema brasileiro, especialmente o pernambucano, a cada novo passo.