Carnaval Rio 2025: saiba como foi a primeira noite de desfiles do Grupo Especial
Quatro agremiações atravessaram a Marquês de Sapucaí nesta primeira noite de desfiles de escola de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro

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Em uma noite repleta de enredos afro, Unidos de Padre Miguel, Imperatriz Leopoldinense, Viradouro e Mangueira desfilaram na Marquês de Sapucaí pelo Grupo Especial do carnaval do Rio de Janeiro, neste domingo (2).
O som falhou em ao menos três momentos nos desfiles da UPM, Imperatriz e Mangueira. A Liesa responsabilizou a empresa que faz o som e que os problemas foram corrigidos e "os desfiles transcorreram sem problemas na sequência".
Todas as escolas respeitaram o tempo máximo de 80 minutos para atravessar a avenida, neste que é o primeiro modelo de quatro desfiles por noite - eram seis. A Mangueira "fechou" a noite com o desfile encerrado às 4h11, antes do amanhecer.
Já o tradicional arrastão, quando o público invade a pista numa espécie de bloco atrás da última escola até a Praça da Apoteose, terminou em uma grande roda de samba.
Unidos de Padre Miguel
A escola celebrou o retorno para o carnaval carioca após 52 anos e trouxe o enredo "Egbé Iyá Nassô", em homenagem à trajetória de Nassô, Francisca da Silva, figura histórica do candomblé no Brasil.
O desfile trouxe momentos importantes da vida e da luta de Iyá Nassô, apontando sua relevância para a cultura afro-brasileira, protagonismo feminino negro e a força da mulher negra na construção da identidade nacional.
Imperatriz Leopoldinense
Atual vice-campeã do Grupo Especial, a Imperatriz atravessou a Sapucaí com o enredo "Ómi Tútú ao Olúfon – água fresca para o Senhor de Ifón", que relata a visita de Oxalá ao reino de Oyo, governado por Xangô.
A agremiação levantou a arquibancada com a história de Oxalá até Xangô e as dificuldades enfrentadas por Oxalá ao se recusar fazer oferendas a Exu.
Unidos do Viradouro
Em busca do bicampeonato consecutivo, a Viradouro levou à Marquês de Sapucaí a história de Malunguinho, herói do século XIX, líder do Quilombo do Catucá, na zona da mata norte de Pernambuco. O enredo "Malunguinho: o Mensageiro de Três Mundos", baseado em uma pesquisa da UFPE, mergulha na luta pela liberdade e resistência.
A atual campeã teve drones que lançaram chapéus ao ar em meio a labaredas reais e fogos cenográficos na comissão de frente.
Estação Primeira de Mangueira
A Mangueira encerrou a primeira noite com louvação ao povo banto, da Angola, para a cultura, sociedade e religião do Rio de Janeiro, com enredo "À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões".
Um dos destaques foi a comissão de frente, que apontou a alegria da vida na África, o sofrimento da escravidão e o renascimento do Rio de Janeiro, com os "crias" dançando passinho, símbolo das comunidades cariocas e herança banto na cidade.
Outro destaque foi a ala "Palavra Plantada", que celebrou a influência banta na língua portuguesa e o "pretuguês", trazendo palavras como "bamba", "bunda", "pinga", "cuíca" e "xodó" nos figurinos.
Segunda noite
Mais quatro escolas desfilam na Sapucaí nesta segunda-feira (3). São elas: Unidos da Tijuca, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro e Unidos de Vila Isabel.
Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela passarão na terça-feira (4).
A apuração será na Quarta-feira de Cinzas (5).