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Encontro dos Maracatus Rurais celebra tradição em Nazaré da Mata
Cortejo de 30 grupos, apresentações culturais e homenagens marcam o evento que exalta o maracatu de baque solto e a história da cidade.
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A cidade de Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, se torna o epicentro da cultura popular nesta segunda-feira (3) com o início do Encontro dos Maracatus Rurais.
O evento, que segue até a madrugada da Quarta-feira de Cinzas (5), reúne 30 grupos de maracatu de baque solto em um grande cortejo, além de feiras culturais e apresentações que celebram a identidade pernambucana.
O destaque da programação é o cortejo dos maracatus, que começa às 8h no Parque dos Lanceiros, no bairro do Juá, e segue até a Praça João XXIII, passando por pontos históricos da cidade.
As 30 agremiações, sendo 18 de Nazaré da Mata e 12 de municípios vizinhos, desfilam com figurinos luxuosos e performances que exaltam a ancestralidade afro-indígena.
Personagens e simbolismos no desfile da realeza
O desfile da realeza é um dos momentos mais aguardados, reunindo figuras icônicas como rei, rainha, príncipe e princesa, além de duques e duquesas, que representam a hierarquia da corte. As damas do paço carregam as calungas – bonecas de tecido preto que simbolizam entidades ancestrais.
Outros personagens importantes são os caboclos de lança, que, com suas vestes coloridas e lanças enfeitadas, representam guerreiros históricos da cultura pernambucana. Também fazem parte do cortejo os vassalos, responsáveis por conduzir o pálio que protege a realeza, e as iabás, ou baianas, que trazem a força da dança e tradição.
Pontos históricos e riqueza cultural
Durante o trajeto, os foliões e turistas podem apreciar marcos como a Praça Escrava Ana Rosa, onde um monumento em argila homenageia uma escrava símbolo da resistência negra. Outros pontos de destaque são a Igreja de Santa Terezinha, de arquitetura neocolonial, e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída em 1814.
Além da festa, a cidade reforça seu legado histórico. Nazaré da Mata, emancipada em 1833, foi um importante polo da economia açucareira e teve destaque na exportação de couro e algodão. Atualmente, é reconhecida como a Capital Estadual do Maracatu Rural, mantendo viva uma tradição que mistura influências africanas, indígenas e europeias.
Patrimônio cultural e programação especial
Em 2014, o Maracatu de Baque Solto foi reconhecido pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, consolidando sua importância na identidade pernambucana. O título ajudou a atrair turistas e pesquisadores interessados nessa manifestação única.
Além do cortejo, a programação do evento inclui feiras de artesanato, comidas típicas e exposições. A Praça João XXIII, ponto final do desfile, será o palco de diversas apresentações culturais, garantindo uma experiência imersiva na cultura do maracatu rural.
Com tradição e história, o Encontro dos Maracatus Rurais reafirma o valor da cultura popular pernambucana e mantém viva uma das manifestações mais emblemáticas do estado.