Como lidar com parentes nas festas de fim de ano: a tia que pergunta se vai casar, as piadas do tio do pavê e as polêmicas políticas

Dra Karen Scavacini, psicóloga e fundadora do Instituto Vita Alere, traz dicas de como manter a saúde mental nos encontros de fim de ano

Publicado em 20/12/2024 às 19:50 | Atualizado em 20/12/2024 às 20:01
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Para muitos as festas de fim de ano são momentos de alegria e reunião familiar.

No entanto, para outros essas ocasiões podem trazer à tona situações não muito agradáveis:

As perguntas invasivas da tia sobre a vida amorosa, as acaloradas discussões políticas, a votação contra ou a favor da uva passa, as piadas inconvenientes do “tio do pavê” e até mesmo aqueles familiares tóxicos que encontramos nessas ocasiões.

Como então enfrentar esses momentos com serenidade?

Dra Karen Scavacini, psicóloga e fundadora do Instituto Vita Alere, compartilha ideias de como manter o equilíbrio emocional e aproveitar essas comemorações:

“A convivência em família nem sempre é fácil. Isso porque ela carrega históricos que podem influenciar as relações. Cada comentário ou comportamento vem de uma perspectiva pessoal e entender isso pode ser a chave para aproveitar o momento e manter a saúde mental.

O tio do pavê, por exemplo, pode apenas estar buscando atenção - algo que talvez ele não tenha em seu dia-a-dia”.

Uma dica prática que Dra Karen aconselha é estabelecer limites nas conversas. As perguntas a respeito da vida amorosa ou a respeito de quando vem um bebê para o casal recém-casado podem ser respondidas de forma a indicar o limite de maneira educada.

“Um simples ‘prefiro não falar sobre isso agora, mas obrigada por perguntar’ ou ‘não gostaria de conversar sobre isso hoje, deixamos para outro momento’ são formas assertivas de comunicar que o assunto pode ser encerrado sem constranger ou gerar conflito”, diz a psicóloga.

O mesmo argumento é válido para as discussões políticas, cada vez mais presentes em encontros familiares;

“A melhor resposta é ‘eu não quero me envolver nesse assunto’ e mudar de ambiente, sem que os participantes da conversa tenham tempo para contestações”, continua Karen.

Outra ferramenta importante para manter a saúde mental em dia nas celebrações de fim de ano é gerenciar as expectativas.

“As festas de família não são como os comerciais que vemos na televisão. Uma família é um organismo vivo com sentimentos diversos. Entender que nem todos os momentos são perfeitos e focar no que é positivo daquele encontro ajuda a aproveitar melhor essas ocasiões”, explica Karen.

Inclusive é importante saber qual é o momento de fazer uma pausa, em casos de situações de estresse: “Se a situação está difícil - por exemplo, muitas perguntas sobre o estado civil - recolha-se por um momento e respire.

Caso tenha alguém em quem confie, peça ajuda dizendo que está desconfortável. Priorize a sua saúde mental”, orienta a especialista.

Mas e quando o problema é uma família tóxica? Neste caso é melhor o afastamento. “Sabemos que nem toda família é emocionalmente saudável e existem aquelas que são tóxicas e se aproveitam de momentos de união para desestabilizar um ou mais membros.

Quem se identifica com essa situação pode escolher não participar desse momento, mas deve se cercar de uma rede de apoio para que sua saúde mental não seja prejudicada”, explica Dra Karen.

“Importante é lembrar que as festas de fim de ano são oportunidades para construção de novas memórias, para estar ao lado de entes queridos e fortalecer os vínculos familiares.

São em momentos assim que temos mais tempo para conviver com aqueles que já são mais velhos e podem, infelizmente, não estarem presentes no próximo fim de ano.

Empatia, respeito aos seus limites e aos limites do outro e reconhecer a finitude - e entender em viver o presente - são fundamentais para que momentos desconfortáveis deem lugar para momentos de aprendizado e conexão”, finaliza a especialista.

“O conteúdo deste site é destinado a fins informativos e educacionais, e não se destina a fornecer aconselhamento médico, dermatológico, nutricional ou de qualquer outra natureza. As informações aqui apresentadas não devem ser utilizadas para diagnosticar ou tratar qualquer problema de saúde. Recomendamos que você consulte um profissional de saúde qualificado para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado.”

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