Comer menos é a chave para perder barriga? Veja o que diz a ciência

Você já tentou cortar calorias drasticamente para perder aquela gordura abdominal teimosa, mas os resultados não vieram como esperava? Entenda agora!

Publicado em 24/10/2024 às 7:50

Quando o assunto é emagrecer, é comum que muitas ideias "incorretas" ou distorcidas ganhem espaço na internet. Uma delas está atrelada ao pensamento de que basta "comer menos" para garantir a solução da perda de peso, popular em muitas dietas por aí.

Afinal, se o corpo precisa de energia e você passa a consumir uma menor quantidade de caloria, você deve imaginar que ele deve automaticamente queimar a gordura, certo?

Apesar da redução das calorias serem fundamentais, para perder a gordura abdominal é necessário mais do que simplesmente cortar refeições ou diminuir porções.

Há uma série de fatores que entram em jogo e o nutrólogo, Dr. Ronan Araujo, esclarece mais detalhes.

O papel do déficit calórico: a base do emagrecimento

A primeira coisa que precisamos entender é que a perda de peso gira em torno de um conceito básico: o déficit calórico. Isso significa que, para emagrecer, você precisa consumir menor calorias do que o seu corpo gasta ao longo do dia.

Portanto, em termos imples, sim, comer menos pode ajudar na perda de peso, incluindo a gordura da barriga.

Apesar disso, essa estratégia pode não funcionar sozinha para todas as pessoas, principalmente quando falamos da gordura visceral, que se acumula ao redor dos órgãos internos na região abdominal.

Existem outros fatores que podem dificultar a perda de gordura na região, que não devem ser ignorados. 

O que acontece quando você simplesmente come menos?

1. Perda de massa muscular:

Quando você reduz drasticamente as calorias, corre o risco de perder tanto gordura quanto massa muscular. Isso pode ser prejudicial, já que a massa muscular é fundamental para manter o metabolismo ativo. Perder músculo pode diminuir sua taxa metabólica basal (a quantidade de calorias que seu corpo queima em repouso), o que torna a perda de peso mais difícil no longo prazo.

Para evitar isso, é importante garantir uma ingestão adequada de proteínas e praticar exercícios de força, como musculação, que ajudam a preservar a musculatura enquanto você emagrece.

2. Metabolismo lento:

O corpo é inteligente e tende a se adaptar à privação calórica. Quando você come muito pouco por um período prolongado, o organismo entra em um estado de alerta, reduzindo o gasto calórico para economizar energia, o que é conhecido como "efeito platô". Isso significa que, mesmo comendo menos, você pode parar de perder peso.

3. Desequilíbrio hormonal:

Hormônios como a insulina, cortisol, leptina e grelina desempenham papéis cruciais no controle do apetite, armazenamento de gordura e queima de energia. Cortar calorias de maneira drástica pode desregular esses hormônios, levando ao aumento da fome, armazenamento de gordura (especialmente na região abdominal) e dificuldade em perder peso de forma consistente.

4. Fome e compulsão alimentar:

Reduzir drasticamente as calorias pode levar a episódios de fome intensa e até compulsão alimentar. Além disso, a sensação de privação pode fazer com que você tenha mais desejo por alimentos altamente calóricos e menos nutritivos, dificultando ainda mais a perda de peso.

O segredo não é apenas comer menos, mas comer melhor

O Dr. Ronan explica que reduzir a quantidade de alimentos sem prestar atenção à qualidade do que você está comendo não trará os melhores resultados.

Uma dieta equilibrada, rica em proteínas magras, fibras e gorduras saudáveis, é muito mais eficiente do que simplesmente contar calorias. Isso ocorre porque alimentos com maior densidade nutricional não só ajudam a manter o corpo nutrido, como também prolongam a saciedade, evitando picos de fome ao longo do dia.

Aqui estão alguns fatores essenciais para perder gordura abdominal de maneira eficaz:

Fibras solúveis são suas aliadas

Alimentos ricos em fibras solúveis, como aveia, feijão, maçã e cenoura, ajudam a aumentar a sensação de saciedade e a regular o açúcar no sangue. Além disso, as fibras solúveis ajudam a reduzir a absorção de gordura, promovendo a perda de gordura corporal, especialmente na região da barriga.

Proteínas magras preservam músculo e aceleram o metabolismo

O consumo adequado de proteínas é fundamental para manter a massa muscular durante o emagrecimento.

Além disso, proteínas têm um efeito termogênico maior do que carboidratos e gorduras, o que significa que o corpo gasta mais energia para digerir e metabolizar as proteínas.

Redução de açúcares e carboidratos refinados

Uma alta ingestão desses alimentos pode aumentar o acúmulo de gordura na região abdomina. Substituit esses alimentos por carboidratos integrais e fontes de fibras pode regular os níveis de insulina e, consequentemente, acabar com a temida gordura abdominal.

Para finalizar, é necessário incluir exercícios regulares, gerenciamento de estresse e controle de cortisol, levando a uma melhora do bem-estar.

“A gordura abdominal não desaparece da noite para o dia, mas com uma abordagem equilibrada e paciente, os resultados aparecem. E lembre-se: o importante é fazer escolhas que sustentem sua saúde a longo prazo, não apenas dietas temporárias que prometem resultados rápidos, mas que muitas vezes são insustentáveis.”. Conclui o Dr. Ronan Araujo.

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