Buíque: Onde fica cidade em que Deolane Bezerra ficará presa?
A influenciadora teve a primeira prisão decretada na Colônia Penal Feminina do Recife, mas, desta vez, será transferida para o presídio de Buíque
Na tarde desta sexta-feira (10), a influenciadora digital Deolane Bezerra, um dos alvos da Operação Integration da Polícia Federal, foi surpreendida ao ser presa novamente. Deolane havia se dirigido ao Fórum do Recife para realizar os tramites da prisão domiciliar e da transferência para a residência, em São Paulo.
No entanto, a influencer teve voz de prisão decretada por "descumprir medida cautelar", como informou a assessoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Vale ressaltar que a ex-participante de A Fazenda 2022 teve o Habeas Corpus concedido na segunda-feira (9). Ela ficou menos de 24 horas em liberdade.
Ao sair do presídio - a Colônia Penal Feminina do Recife -, Deolane fez declarações à imprensa, criticando o governo de Pernambuco e citando que a prisão teria sido "criminosa". Entretanto, ela estaria proibida por determinação judicial a realizar qualquer declaração referente à prisão, uma vez que o processo corre em segredo de justiça.
Agora, Deolane irá dividir a prisão com dois dos três "Canibais de Garanhuns", como são conhecidas as três pessoas condenadas por matar e vender carne humana dentro de comidas salgadas em Garanhuns, Agreste de Pernambuco.
A mãe da influencer, Solange Bezerra, permanece na Colônia Penal do Recife. As filhas Deolane, Dayanne e Daniele Bezerra lamentaram o fato da mãe ainda estar encarcerada e afirmam que a senhora sofre de problemas de saúde.
"Minha mãe é inocente, não tem nada com o que justifique essa prisão", disse Dayane Bezerra, irmã da advogada, em vídeo.
Em apuração exclusiva do colunista Raphael Guerra do Jornal do Commercio, confirmou-se a ida de Deolane à colônia penal de Buíque, no Agreste de Pernambuco. A Polícia Civil chegou a informar anteriormente, através de nota, que esse era o destino da influencer. No entanto, apagou a informação logo em seguida.
Posteriormente, a juíza Andréa Calado da Cruz enviou um comunicado acerca da prisão: "Com vistas a resguardar a paz pública, determino que a investigada seja recolhida à Colônia Penal Feminina de Buíque. Essa medida visa garantir a manutenção da ordem social e assegurar que a investigada esteja em um ambiente mais adequado para a preservação da tranquilidade pública".
O principal motivo para a transferência a outro presídio está relacionado à "popularidade da advogada", que acumula cerca de 22 milhões de seguidores em apenas uma rede social. Durante os dias em que esteve presa, os fãs da influenciadora estiveram presentes em frente ao presídio, dia e noite.
"A escolha pela Colônia Penal Feminina de Buíque se deve ao fato de que, por estar situada no interior, oferece condições que podem contribuir para a estabilidade da situação e para o bom andamento do processo, longe da influência direta e intensa de centros urbanos", justificou.
Juíza critica posição de Deolane
"[...] Ao alegar que sofre abuso de autoridade sem apresentar provas substanciais, ela claramente busca obstruir a justiça. É evidente que sua intenção é mobilizar a opinião pública a seu favor, numa estratégia planejada para pressionar o sistema judicial e desviar a atenção dos fatos reais do processo", pontuou a juíza.
Onde fica Buíque?
O município de Buíque está localizado no Agreste de Pernambuco, a cerca de 284 km da capital do Recife. A distância corresponde a uma viagem de carro aproximada de 4 horas.
Números de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que há uma população total de 52.097 pessoas.
Em relação à Colônia Penal de Buíque, dois dos três "Canibais de Garanhuns" seguem cumprindo os 20 anos de prisão da sentença, proferida em 2014.
O trio foi condenado após matar duas mulheres e vender carne humana dentro de salgados.
História da cidade
Anteriormente, o município de Buíque chegou a integrar o território político de Garanhuns, sendo desmembrado em 1855.
Relatos locais indicam que os índios da região faziam trombetas de fêmur humano, cujos sons produzidos se assemelhavam foneticamente ao nome da cidade: "buíque".
Deolane Bezerra presa novamente
Investigada pela Operação Integration, por lavagem de dinheiro e suspeita de envolvimento em jogos ilegais, Deolane Bezerra foi presa no dia 4 de setembro, tendo o Habeas Corpus concedido na segunda-feira (9).
A prisão preventiva foi convertida em prisão domiciliar devido, sobretudo, ao fato de que Deolane tem uma filha menor de idade. Além disso, a influenciadora é réu primária e possui bons antecedentes. A decisão foi assinada pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE.
A influencer estava proibida judicialmente de se pronunciar sobre o caso, uma vez que o processo corre em segredo de justiça. Contudo, ao deixar a Colônia Penal Feminina do Recife, ela proferiu críticas às autoridades do estado, afirmando que houve uma "prisão criminosa".
Após o episódio, Deolane teve voz de prisão decretada nesta terça-feira (9), devido ao descumprimento de medida cautelar.
Confira a nota do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE):
A Assessoria de Comunicação do TJPE informa que a investigada Deolane Bezerra Santos teve sua prisão preventiva decretada por descumprimento de medida cautelar estabelecida em acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça de Pernambuco, nesta quarta-feira (10/09), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano. Os autos permanecem em sigilo para proteger a intimidade dos demais investigados. Qualquer manifestação relacionada ao caso será feita exclusivamente nos autos e acessível apenas às partes envolvidas.
Operação Integration
Na investida, a Polícia Federal cumpriu 24 mandados de busca e apreensão domiciliar, 19 mandados de prisão, além de sequestro de bens e valores. A investigação é referente à lavagem de dinheiro e ao funcionamento de apostas e jogos ilegais.
A empresa Esportes da Sorte também foi alvo da operação. Além disso, a mãe da influenciadora, Solange Bezerra, foi presa e segue na Colônia Penal Feminina do Recife.
O Ministério da Justiça pontuou que, do período de janeiro de 2019 a maio de 2013, foram movimentados cerca de R$ 3 bilhões - com origem em jogos ilegais.