5 motivos para não casar antes de conhecer muito bem seu noivo

Casais que oficializam a união antes de completarem um ano de namoro têm cerca de 40% mais chances de se divorciar

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Alice Lins

Publicado em 20/05/2024 às 16:43 | Atualizado em 20/05/2024 às 16:48
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Embora seja o Mês das Noivas, o casamento parece não ter mais o mesmo valor de longevidade de antigamente.

No Brasil, segundo o IBGE, o tempo médio de duração dos casamentos caiu de aproximadamente 16 para 13,8 anos. Cerca de metade dos divórcios em 2022 envolveu casais juntos há menos de 10 anos.

Estudos indicam que a duração do namoro antes do casamento influencia na longevidade da união.

Reprodução/ iStock @Andrey Sayfutdinov
Imagem ilustrativa de uma noiva se maquiando - Reprodução/ iStock @Andrey Sayfutdinov

Uma pesquisa da Universidade Emory, nos EUA, com 3 mil casais, mostrou que aqueles que namoraram por três anos ou mais reduziram em 50% as chances de divórcio.

Para Claudia Petry, terapeuta sexual e membro da SBRASH, o bom senso é essencial.

Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, ressalta que durante o namoro, especialmente nos primeiros meses, tendemos a idealizar a pessoa.

Assim, para evitar decisões precipitadas, considere as reflexões a seguir para avaliar se está pronta para uma vida a dois.

1. Apaixonada, não vale!

Segundo a psiquiatra Danielle H. Admoni, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), a paixão aumenta a liberação de hormônios como dopamina, adrenalina, ocitocina e vasopressina, gerando sensações intensas de prazer e euforia.

Esse estado também compromete o raciocínio lógico, pois o sistema de recompensa do cérebro reduz a atividade do córtex pré-frontal, responsável pelo pensamento racional.

Claudia Petry alerta que, durante a paixão, a pessoa perde o senso crítico sobre o objeto de seu afeto, o que justifica a expressão "o amor é cego". Portanto, é importante deixar a paixão diminuir antes de tomar decisões.

Monica Machado observa que a idealização diminui quando surge uma nova forma de identificação mútua. Nesse ponto, o casal entra em uma fase mais madura, com uma visão mais clara da realidade da relação.

2. O sexo é ótimo?

Um estudo realizado na Alemanha investigou a vida sexual de mais de mil casais, focando em diversos aspectos como frequência sexual e a qualidade do relacionamento.

Foi constatado que, após os primeiros dois anos de convivência, os casais tendem a ter uma redução na atividade sexual, realizando, em média, cinco vezes a menos por mês.

Claudia Petry, professora no Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville (SC), questiona:

"Se no início do namoro você já sente que não há compatibilidade no sexo, imagine após anos de casamento, quando a tendência é diminuir a frequência e a disposição sexual?"

Segundo ela, uma vida sexual saudável nutre a intimidade entre o casal, gerando sentimentos de conquista, sedução, desejo e realização, o que eleva a autoestima e a autoconfiança, essenciais para uma relação sólida.

3. A diferença de idade é muito grande?

Uma pesquisa da Universidade de Emory, nos Estados Unidos, revelou que casais com uma diferença de idade de 5 anos ou mais apresentam um aumento de 18% nas chances de divórcio, em comparação aos que têm idades próximas.

Para casais com uma diferença de 10 anos, a probabilidade aumenta para 39%. Mas, se a diferença for de pelo menos 20 anos, as chances chegam a 95%.

Segundo Danielle Admoni, todo relacionamento tem desafios, mas namorar alguém de uma geração diferente traz suas próprias complicações.

Há outro desafio: a diferença de idade pode interferir no sexo, envolvendo desejo, preferências sexuais, questões biológicas/fisiológicas e até tabus.

Claudia ressalta que os homens, geralmente, atingem seu auge sexual por volta dos 20 anos, devido ao aumento nos níveis de testosterona, enquanto as mulheres tendem a atingir seu ápice entre 30 e 40 anos.

4. Ambos querem filhos?

Quando um deseja ter filhos e o outro não, a situação se complica. Uma vez casados, com opiniões formadas, há uma grande chance de ocorrerem crises no futuro.

"Claro que um dos dois pode mudar de ideia, mas é um risco que não se deve correr. Sejam firmes e claros quanto aos seus objetivos, sem deixar falsas expectativas", ela explica.

Monica ainda afirma que, se o seu maior sonho é constituir uma família, talvez a melhor saída seja terminar o namoro, por mais que vocês se amem.

Afinal, ter um filho não é uma decisão que pode ser negociada em um casamento.

5. Vocês são muito diferentes?

Parece ser um mito que os opostos se atraem. Um estudo publicado no jornal Nature Human Behaviour mostra que pessoas com características semelhantes têm maior probabilidade de se atraírem.

Danielle Admoni recomenda criar planos colaborativos, fortalecer o que têm em comum e explorar novas experiências juntos para lidar com diferenças importantes.

Ela sugere morar junto antes de se casar para aumentar a proximidade e o conhecimento mútuo.

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